Jardim desafia "Estado colonialista" a referendar Estatuto da Madeira

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O presidente do Governo da Madeira regressou aos ataques ao Governo MIGUEL SILVA/AFP

O presidente do Governo Regional da Madeira avisou o Estado "colonialista" português de que, "se a revisão constitucional não se fizer", a região vai "fazer uma grande reflexão sobre os seus caminhos futuros".

Alberto João Jardim, intervindo no encerramento da discussão do Plano e Orçamento da Madeira para 2011 - ontem aprovados pelo PSD e com votos contra de toda a oposição -, desafiou a República a fazer um referendo para verificar "se os madeirenses aceitam este estatuto colonial" que "o Estado está a impor a este território". Acusando Lisboa de "ter medo" de tal consulta, o governante madeirense reivindicou para a região "os instrumentos fiscal e económico que estão nas mãos do Estado".

"O Estado unitário é uma das mentiras que estão na Constituição", reiterou. Segundo Jardim, a região "encontra-se num impasse financeiro" porque "o país está sem credibilidade externa, com um ministro [das Finanças] que odeia a Madeira". Jardim disse não aceitar "a continuidade de um Governo que não tem categoria para lá estar" e que "paga milhões a agências de comunicação para divulgar aldrabices e vinganças contra a nossa zona franca", numa "conjuntura de roubo e de perseguição sobre a Madeira" .

A Madeira, segundo Jardim, "é incómoda porque não está controlada". Na opinião do também conselheiro de Estado, "não estamos em democracia em Portugal", onde "a opinião pública é controlada" e "vivemos num regime de quase partido único".

Sem responder às questões da oposição sobre os números recorde de desemprego, endividamento público, insucesso escolar, pobreza e exclusão social na região, Jardim acusou os deputados do PS de serem "sopeiras de Lisboa, ao serviço do colonialismo", com "mentalidade de escravos, descendentes dos marroquinos e aliados dos ingleses", "um problema cavalar" e "um tratado de Psiquiatria".

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