Queda de ultraleve fez um morto e um ferido

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A aeronave no local do acidente antes de ser rebocada para o Magoito e de a maré subir JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Tripulante com múltiplos traumatismos foi transportado de helicóptero para o Hospital de Santa Maria. Investigação vai tentar determinar se o acidente se ficou a dever a uma avaria

Uma aeronave ultraligeira tentou ontem à tarde uma aterragem de emergência na praia da Aguda, no litoral de Sintra, mas a operação acabou por levar à morte de um dos dois ocupantes e provocar ferimentos graves no outro. Ambos eram pilotos e, segundo terá sido comunicado ao controlo aéreo, a aeronave sofreu uma falha no motor.

O ultraleve motorizado Tecnam P6 havia levantado do Aeródromo Municipal de Cascais, por volta das 15h. A bordo seguiam dois pilotos, com 20 e 32 anos, um dos quais era também instrutor. A aeronave faz parte da frota do Aero Club de Portugal - a instituição aeronáutica mais antiga do país, fundada em 1909 - e que possui uma base operacional de voo com motor no aeródromo de Tires.

De acordo com uma fonte do Centro Distrital de Operações de Socorro de Lisboa, os bombeiros foram alertados às 15h28 para a queda de uma aeronave na praia da Aguda, uma zona interdita ao uso balnear no concelho de Sintra devido ao risco de instabilidade das arribas.

"Uma senhora viu a avioneta a tentar aterrar no areal, mas capotou e ficou virada ao contrário", contou Pedro Ernesto, comandante operacional municipal de Sintra. Os bombeiros de Colares foram mobilizados para o local e retiraram os dois ocupantes do ultraleve. "O primeiro a ser retirado foi o que faleceu", descreveu o responsável das operações de socorro.

Uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) tentou a reanimação do tripulante, mas os esforços foram em vão. O outro ocupante - que uma fonte do PÚBLICO admitia ontem tratar-se do mais experiente - "sofreu politraumatismos" e encontrava-se "em estado muito grave". Após ser demoradamente estabilizado foi transportado num helicóptero do INEM para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Ao cair da noite, uma máquina retroescavadora rebocou o aparelho danificado para a praia do Magoito, uma vez que a subida da maré acabaria por destruí-lo contra a arriba. Para além da GNR estiveram no local peritos do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves. Segundo o PÚBLICO apurou, este tipo de ultraleve é muito utilizado na instrução, mas os dois tripulantes possuem licença de piloto particular de avião.

No regresso para Tires, a mesma fonte adiantou que o piloto comunicou ao centro de controlo de Lisboa "que tinha uma falha no motor e que ia tentar aterrar numa pista na Tojeira". Só que, talvez por já estar a uma altitude muito baixa, optou pela língua de areia estreita da Aguda. A asa esquerda do aparelho com a matrícula CS-UOO acabou por tocar nas rochas e virou-se junto à rebentação. O Aero Clube de Portugal não respondeu aos contactos do PÚBLICO.

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