Avenida da Boavista terá obras em 2011, ano de corridas

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Obras vão incidir no troço entre a Fonte da Moura e o Castelo do Queijo LUÍS EFIGÉNIO

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, explicou, anteontem, na assembleia municipal, a intervenção no troço poente da avenida

A Assembleia Municipal do Porto aprovou, ontem de madrugada, o orçamento da câmara para o próximo ano, com os votos contra da oposição. O presidente da câmara, Rui Rio, explicou a intervenção de 800 mil euros a realizar em 2011 no troço poente da Avenida da Boavista, mas deixou a um companheiro de partido - Rocha Gonçalves, do PSD - a reacção à acusação da CDU de que a via iria receber obras por causa das corridas de automóveis. Este elogiou a importância do circuito, mas não negou uma eventual ligação entre os dois acontecimentos.

O presidente do município descreveu o orçamento do próximo ano como tendo "uma projecção da receita prudente" e "um grande rigor na selecção da despesa". Entre os investimentos que o município se propõe fazer, o que mereceu uma descrição mais detalhada foi a obra prevista para a Boavista, no troço compreendido entre "a Fonte da Moura e o Castelo do Queijo".

Rio confessou que desejava ter "um projecto de requalificação" da avenida, desde a Praça Mouzinho da Silveira (Rotunda da Boavista) até ao mar, mas que iria, para já, avançar com os trabalhos apenas no troço referido por este "ser o mais barato". E, também aqui, a obra projectada não é a preferida do presidente.

Das duas hipóteses - requalificar na globalidade, alargando os passeios, ou reabilitar apenas a placa central -, Rio preferia a primeira, mas vai fazer a segunda. "A outra hipótese custaria mais do dobro", explicou. O autarca disse ainda ter a expectativa de "arranjar a Boavista toda até 2013".

CDU queria obras nas Antas

Repetindo críticas já feitas pelos comunistas, Pedro Carvalho, da CDU, acusou o executivo de reabilitar o troço poente da avenida "em nome das corridas de automóveis" do Circuito da Boavista, preterindo a Rua das Antas, que considera estar mais necessitada de obras. Em resposta, o social-democrata Francisco Rocha Gonçalves não negou a ligação estabelecida pela CDU, preferindo elogiar a realização do Circuito da Boavista, que regressa em 2011. "Ao apostar numa iniciativa deste género, a câmara faz um excelente investimento", defendeu, destacando a projecção internacional da cidade e os proveitos da restauração e hotelaria com "a presença de 200 mil" pessoas na cidade durante as corridas.

Pelo PS, Gustavo Pimenta disse que o seu partido "nada tem contra eventos", mas lamentou "que o Porto se baste nisso". Acusou Rio de ter transformado o Porto "numa cidade de epifenómenos", sugerindo-lhe que apostasse antes em "cultura e ciência".

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