Suu Kyi: "Não pode haver democracia sem direitos humanos"

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Suu Kyi: “Sem liberdade nem segurança, as nossas vidas não têm sentido” Soe Zeya Tun/Reuters

A chefe da oposição birmanesa, Aung San Suu Kyi, declarou hoje que não pode haver democracia sem direitos humanos.

Numa mensagem vídeo divulgada em Genebra no Dia Internacional dos Direitos Humanos, a Prémio Nobel da Paz de 1991, recentemente libertada pela junta militar que dirige o seu país, Suu Kyi afirmou acreditar que os que trabalham a favor da democracia na Birmânia são “defensores dos direitos humanos”.

O seu testemunho foi transmitido depois de um discurso da alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a sul-africana, de ascendência tamil, Navi Pillay, na presença de militantes de uma série de países.

“Sem liberdade nem segurança, as nossas vidas não têm sentido”, disse Suu Kyi, que passou cerca de 15 dos últimos 21 anos em residência vigiada e hoje recebeu em Rangum a visita do subsecretário de estado adjunto norte-americano para a Ásia Oriental e o Pacífico, Joseph Yun.

Foi a primeira visita de alto nível que aquela figura emblemática da sociedade birmanesa recebeu desde que em 13 de Novembro recuperou a liberdade de movimentos, dias depois de umas eleições bastante criticadas pelos governos ocidentais, por não terem sido consideradas verdadeiramente livres e democráticas.

“Aprendi muito e volto a Washington para digerir os três dias de reuniões que mantive na Birmânia”, afirmou Yun, depois de ter debatido em casa de Suu Kyi, à beira de um lago, as sanções que têm vindo a ser aplicadas às autoridades militares birmanesas.

Durante a sua permanência num dos territórios asiáticos mais isolados, Joseph Yun conferenciou com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Nyan Win, com representantes de 10 partidos que conseguiram deputados nas eleições de 7 de Novembro e com representantes das Nações Unidas.

O subsecretário de estado adjunto norte-americano pediu à junta militar biemanesa que melhore o seu respeito pelos direitos humanos e “liberte, imediata e incondicionalmente, todos os presos políticos”.

Numa entrevista a Claire Bolderson, do BBC World Service, Suu Kyi considerou "muito triste" que o chinês Liu Xiaobo, que está a cumprir pena de 11 anos por subversão, não tenha podido estar hoje em Oslo a receber o Prémio Nobel da Paz que lhe foi atribuído.

Em 1991, também ela não foi autorizada a fazer semelhante deslocação, por se encontrar sob prisão domiciliária.

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