Torne-se perito

Ambientalistas estimam em 7000 milhões a factura a pagar pelas novas barragens

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Activistas protestaram junto ao Conselho de Ministros Joana Bourgard

Vinte activistas de oito associações ambientalistas, com barbatanas de borracha, óculos de mergulhador e peixes de plástico ao pescoço, protestaram ontem contra o custo das novas barragens, entregando na Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa, um "megacheque" de sete mil milhões de euros que os portugueses terão de pagar mas que não tem cobertura.

Pouco faltava para o meio-dia quando os activistas desenrolaram vários cartazes e faixas onde se lia "Não cortem o Tâmega", "Deixem os rios correr" e "Mais eficiência energética".

"Estamos aqui porque é do Governo a responsabilidade primária de uma política errada de promoção de barragens", disse João Joanaz de Melo, presidente do GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente) e porta-voz do protesto.

As associações denunciam os sete mil milhões de euros que os cidadãos, e não os privados, terão de pagar pela construção das nove novas barragens dentro de três quartos de século. De acordo com Joanaz de Melo, "a mesma quantidade de electricidade que as barragens viriam a gerar pode ser poupada com medidas de uso eficiente da energia, com investimentos dez vezes mais baixos, de 360 milhões de euros". "Já temos cerca de 170 grandes barragens, um terço das quais hidroeléctricas. São as suficientes."

A solução, diz, está na poupança e uso eficiente da energia. "Pedimos a revogação do programa [nacional de barragens de elevado potencial hidroeléctrico] e o cancelamento de todas as concessões."

Susana Fonseca, presidente da Quercus, e Joanaz de Melo entregaram o "megacheque" do "Banco da Carteira dos Portugueses" - "sem provisão" - e a documentação relativa na Presidência do Conselho de Ministros, onde foram recebidos pela secretária-geral adjunta. Participaram na iniciativa o GEOTA, a Quercus, CEAI, FAPAS, Grupo Flamingo, Gaia e Spea.

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