Coimbra já tem tem um fundo para reabilitação urbana

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Fundo abrange o "canal do metro"

A Sociedade de Reabilitação Urbana de Coimbra criou um Fundo de Investimento para contornar as dificuldades de aceder ao crédito para recuperar 76 prédios na Baixa da cidade. O Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado em Reabilitação Urbana - Coimbra Viva I está dotado de 18,375 milhões de euros, foi já aprovado pela Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM) e terá de entrar em funcionamento no prazo de meio ano.

Dentro de quatro anos, perspectiva-se que os prédios alvo de intervenção estejam recuperados e vendidos, revelou à agência Lusa o presidente Sociedade de Reabilitação Urbana "Coimbra Viva", João Paulo Craveiro. "Basicamente, é uma solução de financiamento. E o problema da reabilitação urbana é um problema de financiamento", observou aquele responsável, frisando que os proprietários não têm dinheiro para aplicar e os bancos "também estão secos para este tipo de situações".

Nenhum banco participa

A criação de um fundo desta natureza foi a forma de reunir um conjunto de investidores e de aproveitar as condições fiscais mais favoráveis que foram consagradas no Orçamento de Estado do ano transacto, explicou João Paulo Craveiro. Integram o fundo investidores privados - através da aquisição de unidades de participação -, proprietários, que entraram com os edifícios que detêm, particulares, a Sociedade Metro Mondego e a câmara municipal.

A Iniciativa JESSICA, da União Europeia, também participa com fundos, e no final irá receber o montante disponibilizado acrescido da rentabilidade conseguida, para aplicar noutros fundos. Esta participação é apenas para equipamentos, explicou o responsável.

Os 76 edifícios a reabilitar localizam-se na Baixa da cidade, no denominado "canal do metro", onde ocorreram demolições para a passagem do metropolitano. A anunciada extinção da sociedade Metro Mondego pelo Governo, e a sua integração na Refer, não preocupa João Paulo Craveiro, porque entende ser esta uma solução vantajosa também para o património do Estado.

Foi igualmente pelas dificuldades do Estado e da própria autarquia em disponibilizarem fundos para a reabilitação que a "Coimbra Viva" recorreu a este modelo de financiamento privado, realçou. João Paulo Craveiro lamentou que nenhum banco, nem mesmo a Caixa Geral de Depósitos, que "se auto-intitula de banco da reabilitação", tenha estado disponível para participar neste fundo. Lusa

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