Portugal está “insolvente” e terá de pedir ajuda, diz o Citigroup

Foto
REUTERS/Toru Hanai

Para o economista-chefe do Citigroup, não há volta a dar. Portugal está “insolvente” e terá muito provavelmente de se juntar à Irlanda e à Grécia e pedir ajuda externa.

“A atenção do mercado deverá voltar-te para a dívida portuguesa, que, com as taxas de juro nos níveis actuais e o seu ritmo de aumento, se encontra numa situação menos dramática [do que a Irlanda e a Grécia], mas também insolvente”, diz Willem Buiter, numa nota de análise citada pela agência de informação financeira Bloomberg. “Consideramos ser provável que o país venha a recorrer ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) em breve”, conclui o economista-chefe do banco norte-americano.

Os juros das obrigações portuguesas a dez anos continuam em alta, aproximando-se perigosamente de novos máximos históricos, enquanto que os Credit Default Swaps (CDS), que são uma espécie de seguros contra o incumprimento no pagamento da dívida, não param de subir. Os mercados temem que, depois de a Irlanda ter recorrido à ajuda da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) seja agora a vez de Portugal e Espanha terem de pedir auxílio externo.

O economista-chefe do Citigroup não considera, contudo, que os problemas fiquem resolvidos a partir do momento em que os países em risco acedem ao FEEF. “Aceder a fontes de financiamento externo não marca o fim dos problemas da Irlanda, porque a dívida irlandesa e o sistema financeiro do país é de facto insolvente”, conclui Willem Buiter, acrescentando que isto significa que tanto os credores poderão ter de aceitar uma reestruturação da dívida.

Sugerir correcção
Comentar