Instituto conclui que Coimbra deve abater 40 plátanos

O relatório elaborado pelo Instituto de Agronomia de Lisboa é claro: cerca de 40 plátanos no separador central da Avenida Emídio Navarro e no Parque Dr. Manuel Braga, em Coimbra, devem ser abatidos, entre outras razões por representarem um "risco" para transeuntes e carros que por ali passam. Quem o afirma é uma das engenheiras que elaboraram o documento, Filomena Caetano, que, contactada pelo PÚBLICO, frisou que o abate deve ser a "curto, médio prazo", embora essa decisão caiba à autarquia: "Nós damos informações técnicas, não decidimos", afirmou.

O vereador com o pelouro da Saúde Pública e dos Espaços Verdes, Luís Providência, garantiu que a intenção da autarquia é apresentar publicamente o relatório, em conferência de imprensa, em meados de Dezembro. Satisfeito com a atitude de "transparência e cientificidade", mostra-se, para já, um dos cidadãos que interpuseram uma providência cautelar contra o abate de plátanos doentes na cidade, Luís Sousa. "As decisões sobre a massa arbórea da cidade têm que ser acompanhadas de grande cientificidade", diz. Actualmente, depois de terem sido já abatidos cerca de 30 plátanos e da acção cautelar, o tribunal só permite o abate de exemplares mortos.

Segundo Filomena Caetano, coordenadora do Laboratório de Patologia Vegetal Veríssimo de Almeida, que pertence ao Instituto, entre os cerca de 40 plátanos que devem ser abatidos há "árvores mortas" e outras com "decrepitude irreversível" que constituem um perigo para os cidadãos: "Os ramos que podem cair são suficientes para magoar alguém", diz, acrescentando que "as árvores decrépitas não estão mortas, até podem ter uma rebentação devido às reservas, mas não podem ser tratadas". O tratamento, com recurso a cortes de ramos e fungicida, é proposto para cerca de 50 exemplares.

A engenheira que, com Ana Paula Ramos, elaborou o documento explica que os plátanos estão afectados por um "complexo de fungos" que podem ser "de uma ou várias espécies": "A identificação laboratorial é morosa", diz, vincando que o estudo continuará. A técnica admite que, naquele local de considerável circulação automóvel, as árvores estão sujeitas a stress abiótico, o que as tornas "mais susceptíveis a fungos e pragas".

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