Trabalhou com Fellini, Rosselini ou Lynch

O produtor italiano Dino De Laurentiis, responsável por alguns dos títulos mais icónicos do cinema italiano e mundial, morreu hoje aos 91 anos em Los Angeles. De "Dune" a "Barbarela", passando por "A Estrada" de Federico Fellini ou "Europa 51", De Laurentiis produziu alguns dos principais filmes de Fellini ou de Roberto Rosselini. No seu currículo constam mais de 500 filmes, 38 dos quais nomeados para o Óscar. A notícia da morte do produtor foi avançada hoje pela agência de notícias italianas Ansa e teve eco em toda a imprensa italiana.

Nascido em Torre Annunziata a 8 de Agosto de 1919, produziu alguns dos filmes mais célebres saídos de Itália: "La grande guerra" (1959) de Mario Monicelli, ou "Noites de Cabíria" (1957) de Federico Fellini. O seu último filme foi "Virgin Territory" (2007), tendo também nos últimos anos feito "Hannibal" (2001) e "Dragão Vermelho" (2002).

Agostino "Dino" De Laurentiis vivia desde os anos 1970 nos Estados Unidos, motivado pela falência da sua produtora italiana Dinocitta. Começou a trabalhar aos 20 anos, mas tornou-se um dos produtores de referência do renascer da cultura italiana no pós-II Guerra Mundial, tendo trabalhado com vários dos nomes maiores do neo-realismo italiano. O italiano estudou no Centro Sperimentale di Cinematografia, em Roma, e fez o seu serviço militar durante a II Guerra Mundial.

Casou-se duas vezes, a primeira com a actriz Silvana Mangano, já falecida, e a segunda com a produtora Martha Schumacher. Teve três filhas e um filho, já falecido. Em 1939, produziu o seu primeiro filme, "Troppo tardi t'ho conosciuta" (Conheci-te demasiado tarde) e no início dos anos 1950 fundava com Carlo Ponti, que viria a casar-se com Sofia Loren, a produtora Ponti-De Laurentiis, que seria dissolvida em 1957. Com a falência do estúdio Dinocittà, que vendeu ao governo italiano, o produtor estabelecia-se nos EUA e trabalhava a marca da Embassy Pictures, fundando em 1985 o De Laurentiis Entertainment Group, do qual sairia pouco tempo depois.

De Laurentiis foi distinguido com dois Óscares da Academia por "A Estrada" e por "Noites de Cabíria", ambos de Federico Fellini. Recebeu também o Irving G. Thalberg Memorial Award das mãos da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.