Palmas à chegada dos militares portugueses que estiveram no Afeganistão
O primeiro-marinheiro Hélder Costa é a expressão do dever cumprido: "Foi a primeira missão e correu tudo bem, mas tão depressa não quero pensar nisso [voltar a sair em serviço para o estrangeiro]. Mas lá mais para a frente pode ser que sim".
Os 37 militares portugueses que chegaram hoje ao princípio da tarde ao Aeródromo de Trânsito Nº1 (Figo Maduro) integraram o Módulo de Apoio ao Contingente Nacional destacado no Afeganistão, integrados na NATO, e o regresso resulta do processo de reformulação do dispositivo estacionado naquele país, iniciado no passado dia 29 de Setembro.
A partir de hoje o contingente português no Afeganistão será constituído por 182 militares, 112 dos quais fazem parte do Módulo Apoio.
João Neves, que cumpriu o serviço militar na Guiné-Bissau e é pai de um militar que hoje regressou a casa, está resignado caso o filho pretenda voltar a repetir uma missão no estrangeiro.
"O que vou dizer? É a vida dele e ele é profissional. Ele é que tem de escolher. Nós teremos mágoa de o ver partir", reconheceu.
O primeiro-tenente Ricardo Silva - o fuzileiro mais antigo do grupo que hoje regressou a Portugal - tem já no activo missões em Timor-Leste e Congo. As "privações" sofridas fazem parte do treino.
"Um marinheiro está habituado a essas privações. Tivemos a sorte de não ter nenhum incidente grave", destacou, considerando que o futuro passa agora pela família.
"Agora queremos desfrutar um bocadinho estar com as famílias e essa será a prioridade no próximo fim-de-semana, pelo menos", afirmou.
O comandante do Módulo de Apoio, tenente-coronel Manuel Lapa descreveu os seis meses e meio da missão no Afeganistão como sendo de "muita actividade, de apoio administrativo-logístico, mas também de segurança".
"Graças a Deus, apesar de alguns incidentes que foram ocorrendo, nós contornámos e ficámos satisfeitos com a forma como cumprimos a missão", concluiu.