O primeiro-ministro neozelandês, John Key, chegou hoje a acordo com a Warner Bros para manter as filmagens dos filmes no país. A possibilidade de a rodagem dos filmes se realizar noutro país poderia custar à Nova Zelândia mil milhões de euros, segundo economistas que analisaram o potencial financeiro de um projecto desta magnitude para o país.
Parte do acordo determina que a Nova Zelândia vai aumentar os subsídios públicos para filmes com grandes orçamentos, o que representa a possibilidade de um reembolso de impostos de 5,4 milhões de euros por cada um dos filmes de “O Hobbit” para além dos 15 por cento de dedução já praticados. Segundo a Reuters, a Warner, por sua vez, comprometeu-se a fazer parte de uma campanha de marketing com o governo neo-zelandês com o objectivo de promover o país enquanto destino turístico e de produção cinematográfica. Dos custos dessa campanha, o governo irá compensar o estúdio em 7,2 milhões de euros.
Key disse ainda que o governo vai propor no seu parlamento mudanças nas leis do trabalho, dando assim resposta a um dos motivos para os protestos do sindicato de actores Actors' Equity e que lançou toda a polémica. Na origem da contestação sindical estava o facto de Peter Jackson, o realizador e produtor do filme, alegadamente pretender usar actores que não eram representados pelo sindicato de actores neozelandeses e de não permitir negociar um ordenado mínimo ou condições laborais para os sindicalizados.
O primeiro-ministro esclareceu que as mudanças que vai propor vão distinguir mais claramente as diferenças entre trabalhador contratado e funcionário de uma equipa de produção de cinema. "Estamos a mover-nos para assegurar que a lei neo-zelandesa nesta área esteja firmada no sentido de dar a produtores de cinema como a Warner Brothers a confiança de que precisam para produzir os seus filmes na Nova Zelândia", disse o primeiro-ministro.
Peter Jackson, o realizador de “O Hobbit”, sempre preferiu ter a rodagem na Nova Zelândia, onde filmou a trilogia “O Senhor dos Anéis” - que obteve 2,1 mil milhões de euros em receitas a nível mundial e atraiu atenção para a indústria cinematográfica neozelandesa.
"O Hobbit” é uma prequela de “O Senhor dos Anéis” e já tem o britânico Martin Freeman ("À Boleia pela Galáxia", "O Escritório") confirmado no papel principal, de Bilbo Baggins. Todo o projecto deverá custar cerca de 360 milhões de euros, e os dois filmes serão lançados em Dezembro de 2012 e Dezembro de 2013.