Sustentabilidade urbana

Portugal já tem uma rede nacional de Agenda 21 Local, mas há pouco trabalho para mostrar

O projecto Agenda 21 Local não é novo. Quase duas centenas de Governos já aderiram e, em Portugal, está em funcionamento em 118 municípios e 21 freguesias. Projecção que justificou mesmo a criação de uma rede nacional de Agenda 21 Local, um projecto que aplica localmente os princípios adoptados na conferência das Nações Unidas conhecida por Cimeira da Terra.

Na II Conferência Internacional de Agenda 21 e Sustentabilidade Local, que decorreu entre 20 e 22 de Outubro, em Ermesinde, e onde Francisco Cárdenas falou da necessidade de recuperar o modelo de construção de cidades do Sul da Europa, autarcas e especialistas debateram as melhores formas de cumprir o objectivo final: melhorar a qualidade de vida a nível local, com implementação de medidas de sustentabilidade e cidadania activa.

Em Cascais, vinga a velha máxima de que o exemplo tem de vir de cima. A câmara pôs em prática, em Junho, um projecto que pretende incutir "consciência ambiental" nos funcionários da autarquia. Objectivo primordial: fazer com que as medidas da Agenda 21 passem a fazer parte das decisões que por lá se tomam. Inicialmente, as medidas do In Loco passaram por uma "auscultação" dos problemas mais vincados. Depois, chegaram a "sensibilização" e uma série de "medidas administrativas" - imprimir na frente e verso, formar o pessoal da limpeza para que os desperdícios diminuam, possibilitar uma licença de voluntariado para os trabalhadores que desejem fazê-lo. Medidas "simples", explicou Joana Silva, coordenadora do gabinete Agenda Cascais 21, mas que podem ter resultados. "Percebemos, por exemplo, que não há qualquer relação entre as rotas dos transportes públicos e as necessidades dos trabalhadores da autarquia, que são 200. A criação de transportes específicos para estas pessoas pode resolver o problema", explicou.

Nos 16 municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP) implementou-se, há sete anos, o projecto Futuro Sustentável, que vai "agora passar da teoria à prática". O que já se faz? Sobretudo educação para o ambiente nas escolas, e criou-se um "concelho metropolitano dos vereadores do ambiente, que se reúnem uma vez por mês para discutir estratégias", revelou Lino Ferreira, presidente da Comissão Executiva da AMP. A melhoria dos transportes, o tratamento de resíduos e ribeiras e a criação de mais espaços verdes são também objectivos traçados.

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