Cuba vai libertar mais cinco presos políticos
A dias de os Vinte e Sete reunirem para discutir a política comum em relação a Cuba, chega o anúncio de mais uma vaga de libertação de presos políticos. Passarão a ser 47 os libertados desde Julho, num processo que tem sido negociado com Governo espanhol.
O anúncio foi feito ontem pela Igreja Católica e coincide com o dia em que o Parlamento Europeu atribuiu o Prémio Sakhavrov ao opositor ao regime castrista Guillermo Fariñas, que esteve em greve de fome este ano pela libertação de presos políticos em Cuba.
Elizardo Sanchez, da Comissão Independente de Direitos Humanos em Cuba explicou à Reuters que os cinco presos de quem foi anunciada a libertação – quatro homens e uma mulher – fazem parte da lista de 100 dissidentes presos por Cuba e acusados, na sua maioria, de crimes de terrorismo e pirataria.
A União Europeia (UE) não deverá revogar a sua posição comum em relação a Cuba, que desde 1996 restringe os contactos dos Estados membros com Havana às questões dos direitos humanos e democratização, escreve o “El País”.
Os Vinte e Sete reúnem na próxima segunda-feira, 25, no Luxemburgo, mas já não será o até agora chefe da diplomacia espanhola Miguel Ângel Moratinos a marcar presença ao lado dos restantes ministros dos Negócios Estrangeiros.
A negociação com Cuba da libertação dos presos políticos e o seu acolhimento em Espanha tem sido liderada por Morantinos. Desde quarta-feira, Trinidad Jiménez passou a assumir o cargo, quando se deu a remodelação governamental de José Luís Zapatero.
Com o processo de libertações, entende Elizardo Sanchez, o principal vencedor é o Governo, “por se livrar de um número de pessoas presas por crimes contra o Estado que atraem e continuam a atrair muitas críticas internacionais.” Até porque, diz, “[isto] não representa uma mudança significativa da situação dos direitos humanos em Cuba.”