Escapam Saúde e Educação

Cortes com subsídios e apoios sociais geram um terço da poupança prevista de 95.000 milhões de euros. Pormenores do novo imposto permanente sobre a actividade dos bancos deverão ser conhecidos hoje

É um plano para acalmar os mercados e os credores. Mas também para "pôr termo aos anos de crescimento sem fim da dívida", para que as gerações futuras "não sejam sobrecarregadas com os juros dos juros dos juros de dívidas que aqueles que as contraíram não estavam preparados para pagar". É o maior corte de despesa de sempre no Reino Unido - cerca de 83.000 milhões de libras, quase 95.000 milhões de euros -, dos quais pelo menos um terço far-se-á à custa da redução dos apoios sociais, que deverá gerar poupanças anuais de 7000 milhões de libras. São medidas que incluem a introdução de tectos aos apoios a famílias desempregadas (que levarão em conta o rendimento médio das famílias empregadas), cortes nos abonos de família, reduções nos subsídios para habitação, de desemprego e para trabalhadores incapacitados, entre outras.

Descem as despesas com a defesa, com as polícias e as artes e ainda as transferências para as comunidades e governos locais; reforma-se o sistema de pensões do sector público e antecipa-se em quatro anos o aumento da idade da reforma de 65 para 66 anos. E até a família real verá a sua dotação diminuir nos próximos anos.

O serviço nacional de saúde é um dos poucos em que aumenta a despesa (em linha com o que foi prometido na campanha eleitoral pelos conservadores), prevendo-se um reforço de dois mil milhões de libras até 2015. Na educação estima-se que as escolas vejam o seu orçamento subir de 35 para 39 mil milhões de libras.

Do lado da receita, Osborne estima um ganho de 30.000 milhões de libras. Uma novidade é a criação de uma taxa permanente sobre a banca, cuja legislação deverá ser conhecida hoje. Na comunicação de ontem o ministro não deu grandes pormenores sobre o novo imposto, adiantando apenas que "o objectivo é extrair o máximo de receita fiscal sustentável do sector financeiro". Mas em Junho já tinha adiantando que estimava obter cerca de 2000 milhões de libras por ano com a introdução de um imposto sobre o balanço dos bancos.

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