Brasil pede ao G20 para pôr fim à guerra cambial
Guido Mantega defendeu que, na reunião do G20, “os líderes possam discutir a questão cambial e tentar algum tipo de acordo para organizar esta disputa, que, no final das contas, é uma disputa comercial”.
Falando numa iniciativa que decorreu no Conselho das Américas, em Nova Iorque, em parceria com a Câmara de Comércio Brasil-EUA, o ministro disse que, sem um acordo na área cambial, o mundo corre “o risco de ter um proteccionismo comercial e restrições para o livre fluxo de capitais”.
Durante a recente reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, não houve acordo sobre o tema e os participantes decidiram manter as discussões, mas nações como a Coreia do Sul ressaltaram a necessidade de se chegar a um acordo na reunião de Novembro.
Mantega salientou que alguns países asiáticos mantêm as suas moedas desvalorizadas enquanto outros emergentes, como o Brasil, registam forte valorização, prejudicando as suas economias.
O ministro disse entender que países como Estados Unidos e alguns europeus tenham dificuldades em implementar políticas fiscais que impulsionem a procura interna, o que, a seu ver, é a melhor maneira de fomentar a recuperação dos países desenvolvidos.
“Estamos fazendo a nossa parte, colaborando com a recuperação mundial”, disse Mantega, ao salientar que o desafio do próximo presidente brasileiro, a ser eleito a 31 de Outubro, será evitar “que haja um abuso da valorização” do real.