Câmara de Porto volta a ser notificada para retirar esplanadas da Praça de Parada Leitão

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Arquitecto Rui Barros Silva diz que o caso terá de ser resolvido pela lei Paulo Ricca

Rui Rio recebeu novo ofício para retirar as esplanadas no passado dia 7. No entanto, a autarquia não prestou ontem quaisquer comentários sobre o assunto

A Direcção de Serviços dos Bens Culturais da Direcção Regional de Cultura do Norte enviou um ofício, no passado dia 7, ao presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, no qual reafirma a necessidade de serem retiradas as esplanadas que se encontram a funcionar na Praça de Parada Leitão. O documento insiste no "parecer não favorável" dado pelo Igespar em 14 de Julho último e salvaguarda: "Com esta posição, não pretende esta direcção de serviços inviabilizar a instalação de esplanadas, devendo estas assumir, sempre, um carácter precário, assim como contemplar a recolha e desmonte fácil, não só de eventuais estruturas como de imobiliário."

O presente ofício foi antecedido de reuniões entre representantes da Direcção Regional de Cultura do Norte e da Câmara do Porto, que incluíram uma visita ao local. Já no ofício de Julho último o Igespar explicava a sua discordância com a actual instalação, devido "ao facto de a mesma configurar uma tipologia construtiva mais comum a edifícios". O Igespar entende que as esplanadas são "ocupações de espaço público cuja fruição resulta de condições climatéricas propícias, pouco construídas e com carácter precário e nas quais apenas se prevê mobiliário urbano - mesas, cadeiras e guarda-sol - e, eventualmente, tratamento/nivelamento de pavimentos".

O PÚBLICO tentou ontem obter uma reacção por parte da Câmara do Porto em relação ao novo ofício, mas tal não foi possível.

No início deste ano, quando as esplanadas ainda se encontravam em construção, os vereadores do PS pediram a remoção das estruturas, após uma reunião privada do executivo autárquico. Por seu turno, o vereador da CDU, Rui Sá, mostrou-se então de acordo com as preocupações manifestadas pelos socialistas e defendeu, então, que fosse o Igespar a ver "o que se pode ainda remediar".

Mais tarde, perante a possibilidade de o Igespar pedir a retirada das esplanadas, o arquitecto autor do projecto, Rui Barros Silva, afirmou ao PÚBLICO que teriam de ser as "leis da República" a resolver o caso. O arquitecto admitiu ainda que o conjunto de esplanadas poderia ser mais gracioso, mas isso iria aumentar ainda mais o custo a pagar pelo donos dos estabelecimentos Café O Mais Velho, Café Âncora D"Ouro (Piolho), Café Universidade, Geladaria Cremosi e Restaurante Irene Jardim, que, em conjunto, tiveram de desembolsar um total que rondou os 250 mil euros. Rui Barros Silva acrescentou ainda que teve de optar por uma estrutura suficientemente robusta para aguentar chuvadas, ventanias e o máximo de lotação.

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