Bial diz que anti-epiléptico português já é comparticipado em cinco países

Depois de o presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), João Cordeiro, ter afirmado que o primeiro medicamento de patente português, o anti-epiléptico Zebinix da Bial, não é inovador e não é comparticipado em mais nenhum país para além de Portugal, o laboratório reagiu, sublinhando que o fármaco está a ser comercializado em nove países europeus e já tem apoio estatal em cinco, nomeadamente na Alemanha, Dinamarca e Inglaterra.

"Decorrem entretanto os processos de pedido de comparticipação em todos os restantes países europeus onde existem regimes de reembolso", afirma o laboratório, em comunicado.

João Cordeiro disse hoje na Comissão Parlamentar da Saúde que o anti-epilético de terceira geração Zebinix (acetato de elicarbazepina) “apenas foi considerado inovador em Portugal” e não está comparticipado em mais nenhum país da União Europeia ( em Portugal o Estado paga 95 por cento no regime geral). Com a agravante, acrescentou, de o preço ser “um escândalo”, superior “dez vezes” a fármacos equivalentes. Uma embalagem de 30 comprimidos com 800 miligramas custa 236,23 euros. As afirmações do presidente da ANF são sustentadas por uma análise pedida a um especialista em química orgânica.

A Bial responde que o preço do medicamento "foi determinado com base nos produtos lançados recentemente para a mesma indicação terapêutica" e que "é semelhante aos dos outros países onde este fármaco já está a ser comercializado".

Fruto de "14 anos de investigação e de investimentos na ordem dos 300 milhões de euros", o Zebinix foi aprovado em Abril de 2009 pela Comissão Europeia, com base no parecer da Agência Europeia do Medicamento, "para o tratamento adjuvante de adultos com crises epilépticas parciais, com ou sem generalização secundária", refere o laboratório. A Bial acrescenta que "cerca de 40 por cento dos doentes com crises parciais não conseguem controlar as crises com os medicamentos antiepilépticos existentes".

Quanto à declaração do presidente da ANF de que “o Governo" vai "financiar com 600 milhões de euros a investigação científica" neste laboratório, a Bial garante que desconhece "por completo esta informação". "Não temos qualquer projecto a decorrer com esta dimensão, nem, portanto, qualquer pedido nesse sentido".

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