Mourinho sobre o novo seleccionador: “Paulo Bento é o melhor”

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Mourinho elogia Paulo Bento Foto: Daniel Raunig/Reuters

Num artigo de opinião publicado no site da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), Mourinho volta a lamentar não poder ter ajudado a selecção, mas diz também que o Real Madrid decidiu bem.

José Mourinho diz que Paulo Bento “é o melhor" técnico para a selecção. Porquê? “Porque é o melhor até ao dia de deixar de ser o “nosso treinador”.

“Agora, Portugal tem um treinador e ele deve ser olhado por todos como ‘o nosso treinador’ e ‘o melhor’ até ao dia em que deixar de ser ‘o nosso treinador’. Esta parece-me uma máxima exemplar: o meu é o melhor! Pois bem, se o nosso é Paulo Bento, Paulo Bento é o melhor”, diz Mourinho, num artigo de opinião publicado no site da ANTF.

E disse o que espera de Paulo Bento na selecção.

“Como português, do Paulo espero independência, capacidade de decisão, organização, modelagem das estruturas de apoio, mobilização forte, fonte de motivação e, naturalmente, coerência na construção de um modelo de equipa adaptada as características dos portugueses que estão à sua disposição. Sinceramente, acho que o Paulo tem condições para desenvolver tudo isso e para tal terá sempre o meu apoio. Se ele ganhar, eu, português, ganho; se ele perder, eu, português, perderei. Mas eu também quero ganhar”, escreve, ele que diz ter-se sentido por uns dias treinador de Portugal.

“Por um par de dias senti-me e pensei como treinador de Portugal. E gostei. Mas tenho que reconhecer que o Real Madrid é uma instituição gigante, que me ‘comprou’ ao Inter, que me paga, e que não pode correr riscos perante os seus sócios e adeptos. Permitir que o seu treinador, ainda que por uns dias, saísse do seu habitat de trabalho e dividisse a sua concentração e as suas capacidades era impensável”, justificou o técnico do Real.

“O Real decidiu bem”

Mourinho refere que a decisão do clube acabou por ser a melhor. “Creio, por conseguinte, que o feedback que saiu de Madrid e chegou à Federação levou a que se anulasse a reunião e não se formalizasse o pedido da minha colaboração”, diz. “Para tristeza minha e frustração do presidente Gilberto Madail”. Mas, a frio, diz que o desfecho acabou por ser o esperado.

“Mas, sublinho, agora já a frio: foi e é uma decisão fácil de entender. Estou ao leme de uma nau gigantesca, que não se pode nem se deve abandonar por um minuto. O Real decidiu bem.”

“Selecções não são espaço de afirmação”

No início da carta, Mourinho lembra que as selecção servem de espaço de afirmação de um país. “As selecções nacionais não são espaços de afirmação pessoal, mas sim de afirmação de um país e, por isso, devem ser um espaço de profunda emoção colectiva, de empatia, de união. Aqui, nas selecções, os jogadores não são apenas profissionais de futebol, os jogadores são além disso portugueses comuns que, por jogarem melhor que os portugueses empregados bancários, taxistas, políticos, professores, pescadores ou agricultores, foram escolhidos para lutarem por Portugal”, conta.

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