Cabo Verde continua na linha da frente dos países africanos mais bem governados

Cabo Verde e África do Sul continuam entre os países africanos mais bem governados, disse a Fundação Mo Ibrahim, ao divulgar o seu índice anual da boa governação. Angola está a melhorar bastante, tal como a Libéria e o Togo.

Muitos africanos têm hoje em dia mais acesso a oportunidades económicas, mas estão a ver os seus direitos políticos ignorados, destaca aquela tabela, fornecida por uma fundação que dá um prémio anual ao político africano que mais se tenha distinguido na arte de bem governar, durante o tempo em que esteve no poder.

Existe um risco de os direitos dos cidadãos serem negligenciados na altura em que a África procura o desenvolvimento económico, disse o destacado político tanzaniano Salim Ahmed Salim, que é um dos administradores da Fundação Mo Ibrahim.

"Temos visto em todo o mundo que as discrepâncias entre a governação política e a gestão económica são insustentáveis a longo prazo", acrescentou Salim, que já foi secretário-geral da hoje extinta Organização da Unidade Africana (OUA), precursora da actual União Africana.

Os avanços económicos de muitos países africanos têm vindo a ser ofuscados pelo declínio nos direitos políticos, na segurança pessoal e no primado do Direito, observa o índice 2010 da fundação, que teve em conta 88 indicadores e que no balanço final não difere muito do do ano passado.

As Maurícias, as Seychelles, o Botswana, Cabo Verde e a África do Sul continuam a ser os países africanos mais bem governados, enquanto no lado oposto da tabela permanecem a Somália, o Chade, a República Democrática do Congo, o Zimbabwe, a Eritreia e o Sudão.

Enquanto Angola, Libéria e Togo melhoraram bastante a sua classificação, a Eritreia e Madagáscar decaíram, no cômputo geral de indicadores tais como o crime violento, a corrupção, os direitos dos trabalhadores e as taxas de mortalidade infantil.

Nestes últimos dois anos, a Fundação Mo Ibrahim, criada por um empresário de origem sudanesa que fez a sua fortuna no ramo das telecomunicações, decidiu não atribuir o seu prémio anual a um estadista africano que se tenha particularmente distinguido pela sua boa governação.

Até hoje ainda só o receberam Joaquim Chissano e Festus Mogae, antigos presidentes respectivamente de Moçambique e do Botswana, que foram distinguidos nos anos de 2007 e 2008.

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