Torne-se perito

Ordem dos Templários reúne-se em Portugal para discutir reaproximação ao Vaticano

Cerca de 250 membros de mais de trinta países reúnem-se em Coimbra até amanhã para discutir o futuro da organização

O relacionamento da Ordem dos Templários com o Vaticano é um dos temas que vai estar em discussão na reunião internacional da Ordem, que decorre até amanhã em Coimbra e que vai reunir cerca de 250 templários de mais de trinta países. Os templários pretendem que o Vaticano reconheça a organização actual como a herdeira da ordem que se estima ter sido fundada no século XII.

Actualmente, a Ordem dos Templários tem cerca de 20 mil membros distribuídos por mais de 60 países e é uma organização religiosa, de inspiração cristã e católica, mas que aceita membros de outras igrejas cristãs, como a ortodoxa e a protestante. "Somos uma organização independente, apolítica, religiosa, ligada ao cristianismo, mas que defende uma visão ecuménica e o diálogo inter-religioso", descreve Claudino Marques, engenheiro de profissão e responsável pela Comendadoria de Coimbra Rainha Santa Isabel, um grupo da Ordem dos Templários.

Os responsáveis actuais da Ordem consideram-se os representantes contemporâneos da ordem militar e religiosa cristã que foi fundada há mais de 900 anos, mas hoje os objectivos da organização são diferentes: "Hoje, o espírito templário radica na solidariedade, no humanismo e na fraternidade em qualquer parte do mundo", declarou Claudino Marques, na sessão de abertura da conferência, que aconteceu ontem na Câmara Municipal de Coimbra.

Depois dos conflitos que opuseram a ordem de inspiração militar e cristã à Santa Sé, os representantes dos templários pretendem agora que o Vaticano reconheça a organização actual como a herdeira da ordem que se estima ter sido fundada no século XII. "Queremos que o Vaticano reconheça os templários de hoje e reconheça a continuidade desta ordem. Já há uma comissão para o diálogo com o Vaticano e o que pretendemos nesta reunião de Coimbra é definir as linhas gerais de actuação para concretizar essa aproximação", afirma o Grão-Mestre da Ordem dos Templários, Fernando Pinto Fontes, que será homenageado no encontro por estar a cumprir 50 anos à frente da instituição.

De acordo com os responsáveis da Ordem dos Templários, a vontade de aproximação ao Vaticano acentuou-se nos últimos anos, depois de em 2007 a investigadora italiana Barbara Frale ter divulgado "um pergaminho datado do século XIV - conhecido como o "Documento de Chinon"" - onde os templários alegam que o Papa Clemente V "absolve os responsáveis da ordem" das acusações de heresia de que tinham sido alvo.

"O documento demonstrou que todas as acusações feitas durante o período medieval à ordem - e que quase provocaram a sua extinção - eram falsas, calúnias", defende Fernando Pinto Torres.

Outros dos temas em discussão no encontro de Coimbra será a criação de um museu da Ordem que possa albergar o espólio da organização. O programa inclui também uma cerimónia de investidura de 30 novos cavaleiros e damas, provenientes de Espanha, França e Portugal, que vai decorrer amanhã na Sé Nova, em Coimbra. com Lusa

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