Águias de bronze do portão da Ogma foram retiradas

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Esta era uma das águias do portão

A decisão da Força Aérea Portuguesa (FAP) e da administração da Ogma-Indústria Aeronáutica de Portugal de retirarem as duas grandes águias de bronze que encimavam as colunas do portão principal da empresa de Alverca está a ser contestada por antigos e actuais funcionários. Os símbolos da Ogma foram ali colocadas há mais de 80 anos e o seu "desaparecimento" deu já origem a uma petição que reclama a sua reposição no local.

A administração da Ogma justifica que não fará sentido manter as águias quando a empresa já não pertence ao Estado e à FAP e que procurou garantir a sua preservação em articulação com a Força Aérea. Certo é que a petição lançada em Maio já recolheu mais de 400 assinaturas e vai ser entregue ao chefe de Estado-Maior da Força Aérea e aos presidentes da Ogma e da Empordef (empresa pública que representa os 35 por cento que o Estado ainda detém na Ogma). O documento sublinha que, desde a sua inauguração, em 1919, o portão das antigas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA) "sempre foi um símbolo para todas as gerações que, diariamente, passaram por ele", e diz que foi com surpresa que os trabalhadores souberam, no final de Abril, da remoção das duas águias de bronze. "Este acto levou a que actuais e ex-funcionários da Ogma se sentissem indignados e revoltados com a delapidação do que consideram património histórico da Ogma, da Força Aérea e da cidade de Alverca", prossegue a petição.

Eduardo Bonini, presidente da Ogma, explicou, entretanto, que "as águias são um símbolo da FAP" e que, por isso, houve um entendimento entre as partes para que fossem doadas à Força Aérea Portuguesa, que para elas prometeu encontrar destino. "A Força Aérea estava presente na empresa enquanto estatal. A partir do momento em que ela (Ogma) deixou de ser estatal, temos uma relação excelente com a FAP e com o comando do Depósito Geral de Material da Força Aérea, mas concluímos que não fazia sentido o símbolo da FAP estar presente no portão de entrada de uma empresa privada", acrescentou.

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