Nova derrota do Benfica no campeonato a fazer história

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Cardozo ainda não marcou esta temporada

Há 58 anos que não se via nada igual para as bandas do Benfica: duas derrotas consecutivas na abertura do campeonato. Depois da Académica na ronda inaugural, na Luz (1-2), hoje foi o Nacional a travar os “encarnados”: 2-1. Uma segunda parte confrangedora, dois lances de bola parada, duas saídas em falso do guarda-redes Roberto e mais três pontos perdidos. Em dia de estreia da camisola comemorativa do centenário dos madeirenses, a prenda não poderia ter sido melhor, com o primeiro lugar da Liga a enfeitar o bolo.

Jorge Jesus até pode ver confirmado o seu prognóstico de reconquista do título nacional, mas para já está a léguas de ressuscitar a “onda vermelha” que embalou a equipa desde o arranque da temporada passada. Quem agradece é o FC Porto, que assiste serenamente ao hara-kiri dos concorrentes lisboetas.

Com dois “reforços” de peso na equipa titular – Luisão e Gaitán -, o Benfica entrou na partida com vontade de chegar cedo à vantagem, retirando desde logo alguma intranquilidade aos jogadores “encarnados”, que contabilizavam duas derrotas consecutivas neste arranque de temporada. Apesar da vontade e da pressão sobre o adversário, continuava a faltar a velocidade nas transições atacantes, uma das imagens de marca dos campeões nacionais na pretérita temporada.

Mesmo assim, a espaços, quando a equipa carregava no acelerador, levava perigo às redes de Bracali. Invariavelmente através de jogadas envolventes desenhadas nas alas e com a intervenção dos defesas laterais, que criavam desequilíbrios na área adversária. E não foi por falta de tentativas que o Benfica não chegou ao intervalo a vencer.

Ainda antes dos 20’, duas falhas incríveis dos dois reforços mais dispendiosos da época (juntos somam perto de 17 milhões de euros) deixaram Jorge Jesus à beira de um ataque de nervos. Primeiro, assistiu frustrado a um desperdício de Gaitán que, sozinho perante Bracali, atirou por cima (13’); depois, foi com alívio que viu (mais) uma saída em falso de Roberto, ainda que sem consequências. Mas o pior ainda estava para vir.

Se o Nacional assistiu mais ou menos passivo ao jogo benfiquista na primeira metade, no reatamento procurou impor o seu futebol. Para o êxito, contou com um aliado de peso nas redes dos lisboetas. Se no primeiro golo, de Luís Alberto, na sequência de um livre (50’), Roberto pode repartir as culpas com a restante defesa, no segundo (66’) não há atenuantes para o espanhol, que não conseguiu agarrar uma bola cabeceada à trave, na sequência de um canto, e assistiu impotente à recarga de Orlando Sá. O golo de Carlos Martins nos descontos minimizou a humilhação, mas não evitou os estragos na classificação, numa segunda parte de uma pobreza franciscana para os campeões nacionais.

Ficha de jogo

Nacional, 2Benfica,
1

Nacional

Bracalli, Patacas, Filipe Lopes, Danielson, Tomasevic, Bruno Amaro, Luís Alberto, Skolnik, Mihelic (Todorovic, 66), Orlando Sá (Mateus, 84) e Diego Barcelos (Edgar Costa, 78).Treinador: Pedrag Jokanovic


Benfica

Roberto, Maxi Pereira (Jara, 58), Luisão, David Luiz, Fábio Coentrão, Javi García, Rúben Amorim, Gaitán (Carlos Martins, 67), Aimar (Nuno Gomes, 82), Cardozo e Saviola.Treinador: Jorge Jesus


Árbitro: Pedro Proença (Lisboa).

Amarelos: Mihelic (38), Maxi Pereira (42), Javi Garcia (49), Saviola (55), David Luiz (68), Luisão (68), Skolnik (73), Patacas (76), Ruben Amorim (77), Orlando Sá (80), Tomasevic (84), Danielson (90+3) e Carlos Martins (90+4)

Golos

1-0, Luís Alberto, aos 50'; 2-0, Orlando Sá, aos 66'; 2-1, Carlos Martins, aos 90+4'.

Notícia actualizada às 00h05
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