Incêndio atinge Parque Ecológico do Funchal

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O Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha, propriedade da Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal, foi ontem atingido pelo incêndio que calcinou o solo das vertentes do Pico do Arieiro.

"Até este momento ainda não conseguimos avaliar a dimensão da área queimada, mas logo pela manhã tentaremos lá chegar para fazer uma avaliação do que foi destruído e reflectir sobre a forma mais eficaz de iniciar a recuperação", declarou ao PÚBLICO o geógrafo Raimundo Quintal, presidente daquela associação.

O fogo, impelido por rajadas de vento da ordem dos 100 quilómetros por hora, subiu velozmente, ao início da tarde de ontem, as vertentes da Ribeira do Cidrão, vindo do fundo do Curral das Freiras. Ao chegar ao Pico do Areeiro começou a descer e queimou tudo o que encontrou pelo caminho. A plantação dos Associação dos Amigos do Parque Ecológico não escapou à voracidade das chamas e muito do trabalho realizado nos últimos dez anos foi destruído em instantes, lamenta Quintal.

"A extraordinária autorregeneração da formação vegetal primitiva que estava a ocorrer na área do Poço da Neve, na vertente oriental da Ribeira de Santa Luzia, sofreu um forte revés", constata ainda o presidente da associação. Os bombeiros e os funcionários do Parque Ecológico, apesar do trabalho abnegado, não conseguiram travar o fogo que transformou em cinzas uma parte significativa da vegetação do Chão da Lagoa e da vertente da Ribeira de Santa Luzia até à área da Casa do Barreiro, que também foi afectada.

"Menos de seis meses depois da força arrasadora da água, as serras da Madeira são varridas pelo fogo. Mais uma vez os satélites meteorológicos registaram o fenómeno e já o difundiram na aldeia global. Esconder ou fazer demagogia não são bons remédios para minimizar as causas do terrível ciclo: aluvião no inverno, fogo no verão", acrescenta Raimundo Quintal. Face a estas situações, conclui, "é necessário reflectir e debater sem tibiezas, as causas naturais e antrópicas destes acidentes, que provocaram enormes feridas nos ecossistemas e na sociedade madeirense".

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