Computador portátil indiano custa apenas 35 dólares

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O ministro e o computador

Só custa 35 dólares, pouco mais de 27 euros. Pretende ser um computador para estudantes com um preço acessível a todos e pode chegar ao mercado já em 2011 - se o Governo indiano encontrar um parceiro disposto a fabricar e a comercializar o computador portátil que parece um iPad mas custa menos de um quarto do que o badalado touchscreen da Apple. O projecto foi apresentado esta semana pelo ministro do Desenvolvimento e Recursos Humanos da Índia, Shri Kapil Sibal.

"Esta é a nossa resposta ao computador de 100 dólares do MIT [Instituto de Tecnologia do Massachusetts]", disse o ministro, citado pela AP. Na verdade, o projecto sem fins lucrativos One Laptop per Child ainda não conseguiu descer abaixo dos 200 dólares por computador - e a Índia vai bem lançada nos projectos de tecnologia barata para as massas.

Este computador, que se destina especialmente a estudantes, é apenas o mais recente de uma onda de projectos cujo denominador comum é ser "o mais barato do mundo". O mais conhecido será o carro compacto Nano, vendido por 100 mil rupias (1653 euros), mas há também a operação ao coração de 2000 dólares (1550 euros), por exemplo, diz a AP.

O computador, um dispositivo com ecrã táctil, tem o Linux como sistema operativo e capacidade para realizar videoconferências. Não tem disco rígido: usa cartões de memória, como os telemóveis. Por ter um formato tablet tem custos de hardware reduzidos e usa software de código-fonte aberto para ser barato.

Foi desenvolvido em institutos universitários indianos, por professores e estudantes, com o objectivo de custar mais ou menos o mesmo que os telemóveis mais baratos.

"Conseguimos o objectivo e agora estamos prontos para conquistar o mercado", disse Mamta Varma, porta-voz do Ministério do Desenvolvimento dos Recursos Humanos. Numa primeira fase, o Governo queria produzir um milhão destes computadores, para estudantes universitários, e depois passar para os das escolas primárias e secundárias. Para isso, no entanto, precisa de encontrar parceiros na indústria. Várias empresas estão neste momento em conversações, assegurou o ministro Shri Kapil Siba, incluindo uma de Taiwan.

O objectivo futuro passa por baixar ainda mais o preço. Sibal pretende que nos próximos tempos o computador venha a custar 20 dólares e que, a longo prazo, esse preço se fixe nos dez dólares.

A Índia gasta cerca de três por cento do seu orçamento com a educação escolar e, nos últimos anos, tem feito esforços para aumentar a taxa de alfabetização. Segundo dados da UNICEF, 66 por cento da população consegue ler e escrever.

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