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Nuclear para os sociais-democratas é a poupança no consumo de energia

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Eficiência é a parente pobre da actual política, acusa Moreira da Silva Rui GaudÊncio

Energia nuclear não foi debatida durante reunião de Passos Coelho com especialistas energéticos. "Prioridade" deve ser poupança no consumo

Antes de mais, o PSD quer que os portugueses - Estado incluído - comecem a poupar energia. Esta foi a principal mensagem que os sociais-democratas quiseram deixar no arranque do seu processo de discussão sobre energia, iniciado ontem na sede do partido. Sobre energia nuclear, nem uma palavra no encontro com especialistas, destinado a ajudar o PSD a definir a sua política para o sector.

"O nuclear não esteve hoje em cima da mesa", garantiu o dirigente Jorge Moreira da Silva. O social-democrata precisou ainda que o tema será abordado no futuro, apesar de ser "prioridade" para o partido. "A nossa prioridade de discussão é inovação, regulação, concorrência, política de inovação e fiscalidade e, finalmente, a área da eficiência energética da área do consumo", explicou Jorge Moreira da Silva após o encontro do presidente Pedro Passos Coelho com especialistas na área energética.

Segundo Moreira da Silva, a eficiência energética, a redução do consumo, "é a mais verde de todas as energias e é, claramente, o parente pobre da actual política do Governo". Por isso mesmo, devia ser por aí que a política do sector devia arrancar. "Portugal assumiu uma meta de 20 por cento até 2020. Na prática, é de um aumento de eficiência energética de 1 por cento ao ano, o que é considerado pelos especialistas pouco ambicioso. Um Governo que quer ter a fama de apostar nas energias renováveis deve também dar o exemplo do lado da eficiência energética, portanto, convidamos o Governo a rever em alta as metas para a eficiência energética, para a redução do consumo de energia nos sectores dos transportes, dos edifícios e da indústria", argumentou.

Mas o PSD quer também que o Estado comece por "dar o exemplo", sublinhando que "o consumo de energia do sector público é de 500 milhões de euros" e que, segundo os especialistas, "tem crescido a um ritmo muito superior ao sector privado".

"O Estado esbanja mais com o seu edificado, com os seus edifícios, com os seus automóveis, com o seu sistema de iluminação pública do que nós próprios fazemos em casa, sendo que nós, em casa, já esbanjamos demasiada energia", declarou.

Para o PSD, chegou a hora de concretizar as "medidas que estão no papel", no plano estratégico apresentado há dois anos e que alegadamente não tem sido cumprido. Um plano que definia como objectivos a "redução do consumo de energia nos edifícios públicos, hospitais, escolas, piscinas, infra-estruturas desportivas, iluminação e reduzindo nas emissões de CO2 por quilómetro no parque automóvel".

Moreira da Silva definiu "o próximo ano" como prazo para a apresentação do plano energético do PSD.

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