Adeus Cleveland, olá South Beach

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Próxima paragem: Miami Foto: Aaron Josefczyk/Reuters

A decisão mais esperada e menos bem guardada foi ontem confirmada: LeBron James vai continuar a carreira ao serviço dos Miami Heat, juntando-se a Dwyane Wade e Chris Bosh.

Após ter visto expirar o contrato que o ligava aos Cleveland Cavaliers, o basquetebolista de 25 anos e 2,03m anunciou a mudança para os Miami Heat. “King” James, MVP (jogador mais valioso) das duas últimas épocas da NBA e provavelmente o “free agent” mais desejado de sempre, assinou um vínculo válido por cinco anos com a equipa da Florida.

Nos Miami Heat, LeBron James vai ter a companhia de Dwyane Wade (28 anos, 1,93m) e Chris Bosh (26 anos, 2,09m), o que torna a formação da Florida numa respeitável candidata ao título da NBA. LeBron James destacou isso mesmo nas primeiras declarações após o anúncio: “O que me atraiu em Miami foi a possibilidade de jogar ao lado do Dwyane Wade e do Chris Bosh. É um novo desafio para mim. Era a oferta que me garantia mais hipóteses de ganhar e continuar a ganhar no futuro”.

O valor do salário de LeBron James em Miami ainda não foi revelado, mas segundo os meios de comunicação social americanos não poderá ultrapassar os 96 milhões de dólares (75,6 milhões de euros) pelas cinco temporadas, devido ao tecto salarial imposto pela NBA.

“Não vou ter o contrato mais interessante [financeiramente]. Para ganhar mais dinheiro teria ficado em Cleveland a receber 120 milhões de dólares (94,5 milhões de euros) por seis anos. Os detalhes ainda não estão definidos. Nós os três vamos ganhar menos porque o que interessa é que vamos jogar juntos”, explicou “King” James.

As estatísticas deste “trio de sonho” falam por si: 29,7 pontos, 8,6 passes e 7,3 ressaltos para LeBron James, duplo MVP; 24 pontos, 10,8 ressaltos e várias presenças em “All Stars” para Chris Bosh; 26,6 pontos e 6,5 passes e o título de MVP na final de 2006 conquistada por Miami para Dwyane Wade. Os três basquetebolistas estiveram no “draft” de 2003, tendo sido escolhidos na primeira (LeBron James), quarta (Chris Bosh) e quinta posição (Dwyane Wade) e sagraram-se campeões olímpicos em Pequim ao serviço da selecção americana, em 2008.

“Traição cobarde”

A decisão de LeBron James suscitou reacções violentas em Cleveland, onde alguns adeptos chegaram a queimar camisolas do ex-ídolo. O proprietário dos Cavaliers, Dan Gilbert, publicou no “site” oficial do clube uma declaração irada: “Não merecemos este tipo de traição cobarde. Este acto chocante e desleal do nosso ‘Eleito’ transmite a mensagem exactamente inversa à que queremos passar às nossas crianças”, disse.

“A boa notícia é que esta decisão fria e sem coração poderá ao menos servir como antídoto contra a dita maldição de Cleveland e do Ohio. O antigo Rei auto-proclamado leva-a com ele. (...) Garanto-vos pessoalmente que os Cleveland Cavaliers ganharão um título enquanto o antigo Rei auto-proclamado não ganhará nada”, acrescentava Dan Gilbert.

LeBron James optou por desvalorizar a polémica: “Não quero comentar essas declarações. Lamento ter de partir mas não queria fazer uma escolha emocional. Vejam a situação ao contrário: Se Cleveland já não me quisesse, a minha família ia queimar o clube? Claro que não. É um negócio. Vivi sete anos soberbos mas vou continuar a ser feliz e bom”, sublinhou.

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