Câmara tenta agora vender casas e terrenos espalhados pelo Porto por ajuste directo

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Entre os imóveis à venda está o prédio com os números 42,44 e 46 da Rua da Reboleira adriano miranda

Município coloca à venda, por ajuste directo, imóveis que não obtiveram compradores em duas hastas públicas. Fundação para o Desenvolvimento da Zona Histórica também vende

A Câmara do Porto não desiste de vender um conjunto de prédios e terrenos que já foram recusados pelo mercado. Em Maio, a autarquia tentou vender os imóveis em hasta pública, mas os dois dias agendados para o efeito terminaram sem um único interessado. Agora, o executivo liderado por Rui Rio tenta a venda por ajuste directo de alguns desses bens.

O anúncio está no site da câmara. Oito lotes incluídos nas hastas públicas dos passados dias 20 e 21 de Maio estão agora "disponíveis, para venda, por ajuste directo". O prazo para a apresentação de propostas é de um ano a contar da data da hasta pública, podendo a autarquia, em qualquer altura deste período, "adjudicar [o lote] à melhor proposta de entre as que tiverem sido apresentadas".

As hastas públicas de Maio ficaram desertas e incluíam, entre os lotes disponíveis, os imóveis inseridos no acordo do Parque da Cidade. Sem conseguir subir o preço destes imóveis (a câmara diz ter contratos-promessa que chegam aos 40,4 milhões de euros), a autarquia terá de desembolsar perto de 3,5 milhões de euros a fim de cumprir o valor da indemnização acordada, que ronda os 43,9 milhões.

No ano passado, Rui Rio admitiu que poderia vender outros imóveis municipais, na tentativa de obter os fundos necessários para este pagamento. Contudo, as hastas públicas até agora realizadas não tiveram qualquer sucesso.

FDZH com novas propostas

Entre os imóveis colocados de novo à venda encontram-se quatro casas no Bairro Social da Arrábida, um prédio na Rua da Reboleira, um entre a Rua de Mouzinho da Silveira e Rua da Bainharia, um outro na Rua do Monte dos Judeus e uma fracção no n.º 44/48 da Rua dos Canastreiros. Os lotes restantes são três terrenos, na Rua da Sociedade Protectora dos Animais, Rua Cidade do Mindelo (Aldoar) e no gaveto das ruas de Mota Pinto e Joaquim Leitão.

Quem também está a realizar nova tentativa de venda de imóveis é a comissão liquidatária da Fundação para o Desenvolvimento da Zona Histórica (FDZH). Depois de, em Abril, ter colocado nove lotes devolutos à venda, dos quais apenas conseguiu vender dois, a comissão tem agora onze propostas para os interessados, entre prédios e espaços comerciais. Alguns dos lotes são novidade.

O objectivo desta venda é arrecadar verbas para abater ao passivo de 1,3 milhões de euros que a FDZH tem junto do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social. Em Maio, a venda dos dois lotes significou para a FDZH um encaixe superior a 160 mil euros.

Entre as novidades disponíveis para aquisição estão dois edifícios na Rua do Monte dos Judeus e outro na Rua Mouzinho da Silveira. Há também espaços comerciais nas ruas dos Mercadores, Monte dos Judeus e Pelames. Os lotes cuja venda é tentada pela segunda vez sofreram uma redução considerável de preço, a mais substancial das quais chega quase aos 70 mil euros e é referente a um edifício na Rua do Clube Fluvial Portuense. As propostas podem ser entregues até às 18h do dia 21 de Julho.

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