Artistas contestam patrocínio da BP à Tate Britain

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O protesto decorre no dia de aniversário da parceria entre empresa e galeria Andrew Winning/Reuters

Protesto em dia de aniversário da parceria entre empresa e galeria

Mais de 160 artistas, escritores e críticos de arte subscreveram uma carta a exigir à galeria Tate Britain que abdique do patrocínio da BP, a empresa petrolífera que há mais de dois meses é acusada de um dos maiores desastres ambientais dos últimos anos, após uma fuga num poço no Golfo do México. 
 
Na carta já assinada por 161 elementos do mundo da arte, publicada pelo diário britânico "The Guardian", é questionada a parceria de 20 anos Tate-BP, que é comemorada esta noite na galeria com uma festa.

"Enquanto o crude continua a devastar a costa e as comunidades do Golfo do México, os executivos da BP vão estar numa festa com curadores e artistas na Tate Britain", criticam na carta, onde acusam a empresa e outras semelhantes de tentarem esconder a "natureza destruidora do ambiente das suas actividades com a legitimação social que está associada a destacadas instituições culturais".

"Representamos uma mistura de pessoas da comunidade artística que acredita que o logótipo da BP representa uma mancha na reputação internacional da Tate", afirma o documento de protesto assinado por "muitos artistas zangados por a Tate e outras instituições da cultura nacional [britânica] continuarem a aceitar o patrocínio das petrolíferas". Além da Tate, a BP também patrocina a Royal Opera House e o Museu Britânico.

Entre os subscritores da "carta protesto" estão artistas como Hans Haacke, John Keane, Adam Chodzko, o músico Matthew Herbvert, os dramaturgos Davey Anderson e Caryl Churchill e as críticas de arte Suzi Gablik, Rebecca Solnit e Lucy R Lippard.

A iniciativa surge a poucos dias do anúncio o prémio BP ("British Premium") da National Portrait Gallery, no valor de 25 mil libras (30.407 euros), atribuído a Daphne Todd e que tem o patrocínio da BP. Já na semana passada, a propósito deste prémio, o grupo Rising Tide (rede inglesa de protesto contra as alterações climáticas) planeava um protesto à porta das instalações da galeria contra a BP, que é mecenas da National Gallery há 21 anos.  

A petrolífera também patrocina a Royal Opera House, a Tate e o Museu Britânico. Numa declaração as quatro instituições indicam: "Estamos gratos à BP pelo compromisso a longo prazo, pela partilha da visão de que os nossos programas artísticos devem ser disponibilizados a um público o mais abrangente possível". 

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