O encontro mais longo da história já acabou, mas durou 11 horas e cinco minutos

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Os dois jogadores e o árbitro ao lado do placard com o resultado histórico Suzanne Plunkett/Reuters

O norte-americano John Isner derrotou o francês Nicolas Mahut por 6-4, 3-6, 6-7 (7/9), 7-6 (7/3) e 70-68 no encontro que mais tempo durou na história do ténis. Wimbledon foi o palco do épico embate.

Na quinta-feira à noite, Andy Roddick passou pela casa de John Isner e levou, para o amigo e para o seu treinador, “três caixas de pizza, todo o tipo de galinha, puré de batata... era capaz de comer 12 Big Mac”. “Sou o mais pesado do circuito e tenho um pouco de área em excesso no estômago. Sabia que um dia ia ser útil, foi como o depósito de reserva”, brincou Isner, do alto do seu 2,03m, depois de sair vencedor do épico encontro que, desde quarta-feira, quando foi interrompido pelo segundo dia consecutivo, a 59-59 no quinto set, atraiu as atenções do mundo do desporto para Wimbledon. Ontem, após mais uma hora e cinco minutos de jogo, ficou encontrado um vencedor, com o triunfo do norte-americano sobre o francês Nicolas Mahut, com os parciais de 6-4, 3-6, 6-7 (7/9), 7-6 (7/3) e 70-68!

“É muito mau que alguém tenha de perder”, disse Isner, ainda no court, apinhado, cuja capacidade normal é 782 lugares, mas estimada no dobro – sem contar com os milhares de adeptos que preferiram sentar-se no Henman Hill, diante do ecrã gigante. “Quando se joga num ambiente destes não nos sentimos cansados. O público foi fantástico”, frisou Isner (19.º ATP). Mahut (148.º) comentou: “Foi mesmo uma honra disputar o maior encontro de sempre no maior palco de ténis.”

Os aplausos irromperam logo quando ambos os tenistas entraram no court e só houve silêncio quando o árbitro sueco Mohamed Lahyani, anunciou o resultado, 59-59, e que Isner ia servir. Mas no quinto match-point (teve quatro no dia anterior), Isner conseguiu o único break do quinto set e deixou cair os seus 111kg na relva, sob uma estrondosa ovação dos adeptos. Seguiu-se um longo abraço entre ambos, antes de posarem com o árbitro ao lado do marcador, fixando para a posteridade este momento único na história do ténis, em que foram pulverizados vários recordes: encontro mais longo (11 horas e cinco minutos), o set mais longo (oito horas e 11 minutos), o maior número de jogos num set (138) e num encontro (183) e o maior número de ases num encontro (215) e de um jogador (112, para Isner).

A expectativa que rodeava a terceira parte desta maratona apagou um pouco o impacto da presença da rainha de Inglaterra, acontecimento inédito desde 1977. Após uma breve visita às instalações do All England Club e almoço com antigos e actuais campeões, Isabel II ocupou o seu lugar na Royal Box do court central para assistir à vitória do seu súbdito Andy Murray diante de Jarkko Nieminen, por 6-3, 6-4 e 6-2.

Logo depois, o suspense regressou ao torneio de Wimbledon. Rafael Nadal recuperou de uma desvantagem de dois sets a um para ultrapassar o holandês Robin Haase (151.º ATP), por 5-7, 6-2, 3-6, 6-0 e 6-3.

Confirmando o resultado e a exibição diante de Michelle Brito, Serena Williams voltou a estar intratável e despachou a russa Anna Chakvetadze em 48 minutos: 6-0, 6-1.

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