"Todos os cidadãos devem ter direitos e deveres exactamente iguais", diz Ronaldo

Aos 25 anos e olhando para trás, o que teria feito de diferente? E de que se arrepende verdadeiramente?

Honestamente, no futebol, não mudaria rigorosamente nada. Sinto-me muito orgulhoso com tudo o que ganhei, com todo o meu processo de aprendizagem, com as conquistas, individuais e colectivas, que consegui, pelo que não me arrependo de nada, nem mudaria o que quer que fosse.

Ao mudar-se para Espanha, deixou de ser um alvo prioritário dos tablóides ingleses, mas continua a fazer muitas primeiras das revistas de coração espanholas e não só...

Já estou acostumado a esse fenómeno. Aprendi a ignorar quase tudo enquanto estava no Manchester e em Espanha é exactamente igual. Sei que tenho de conviver com essas coisas, pelo que o importante é estar bem e tranquilo. Não valorizo o que dizem de mim fora do futebol.

Há dois anos disse-nos que sonhava ser pai e que encarava a hipótese de isso acontecer mesmo antes de casar. Mantém essa vontade?

Sim, mantenho.

Acompanha o que se passa em Portugal? Sabe, por exemplo, que passou a ser possível o casamento entre pessoas do mesmo sexo? O que pensa disso?

Como português que sou, procuro manter-me informado sobre o que se passa no meu país. Sei que a lei foi aprovada e o comentário que me merece é que temos de respeitar as opções de cada um, porque, afinal de contas, todos os cidadãos devem ter direitos e deveres exactamente iguais.

Mourinho afirmou que até tem vergonha de ganhar o que ganha com esta crise. Sente o mesmo?

Respeito a opinião dele, mas não ganho tanto como ele. Se eu ganhasse o que ele ganha...

Tem noção das dificuldades económicas por que passa Portugal?

Tenho. Tal como disse, tento acompanhar tudo o que se passa em Portugal, porque é o meu país e porque a minha família vive lá. Sei que o período é de forte recessão económica, os tempos não estão fáceis, mas esse é um fenómeno que não é exclusivo do nosso país. Toda a Europa atravessa uma profunda crise.

Concorda com os aumentos de impostos aprovado pelo Governo português?

A questão não se pode pôr em concordar ou discordar. Quem está no poder é que tem a obrigação de tomar as medidas que julgue serem necessárias, a bem do país, pelo que são os governantes que têm de decidir o que fazer. Quem sou eu para dizer se está bem ou mal? Mas é perfeitamente natural que o aumento de impostos não agrade a ninguém.

Alguma vez encara a possibilidade de trocar os seus carros de alta cilindrada por um ecológico?

Acho que seria uma boa opção, mas sinceramente ainda não pensei nisso, nem dei esse passo.

No início da carreira, quando lhe perguntaram quem escolheria para jantar, respondeu Mike Tyson. O que diria hoje?

É uma pergunta de resposta complicada, porque admiro muitas pessoas. Assim de repente, talvez Tiger Woods.

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