Prisão para 13 arguidos do processo dos No Name Boys

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Membros de claque benfiquista envolvidos em tráfico de droga e armas PEDRO CUNHA

Treze dos 37 arguidos do chamado "processo dos No Name Boys" foram ontem condenados a penas de prisão efectiva, a maior das quais de 12 anos. O colectivo de juízes da 5.ª Vara do Tribunal Criminal de Lisboa que julgou o caso aplicou a dezasseis outros arguidos penas suspensas. Oito foram absolvidos.

"Não foi a claque dos No Name Boys [do Benfica] que esteve aqui a ser julgada, mas indivíduos que, a coberto dessa claque, cometeram crimes gravíssimos", esclareceu o juiz presidente.

Os 37 arguidos deste processo eram acusados da prática dos crimes de associação criminosa, tráfico de droga, posse de armas brancas e de guerra e outros ilícitos.

Contudo, o tribunal absolveu os arguidos do crime de associação criminosa por ter considerado que não ficou provado que a claque dos No Name Boys (não reconhecida pelo Benfica) tenha sido criada para a prática de crimes.

As penas mais pesadas foram aplicadas a António Claro (12 anos), a Hugo Caturna (oito anos e seis meses) e a José Pedro Pité Ferreira (sete anos).

Deste processo, que tem 16 processos conexos, foram extraídas certidões para eventual procedimento criminal acerca de factos que não constavam da acusação (relacionados com apreensão de droga e de armas), para eventual procedimento criminal.

O caso começou a ser investigado pela 3.ª Esquadra de Investigação Criminal da Polícia de Segurança Pública (PSP) em 2008. Na sequência das investigações, mais de 30 pessoas foram detidas no âmbito da Operação Fair Play realizada pela PSP, que apreendeu armas brancas e de guerra, material pirotécnico e estupefacientes a elementos da claque que se autodenominavam "braço armado do Benfica".

O relatório da PSP, datado de 14 de Abril de 2009, acusava 53 indivíduos, número reduzido para 37 no despacho de acusação do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa.

Segundo a acusação, os arguidos praticaram crimes "minuciosamente planeados e executados com superioridade numérica e mediante a utilização de meios especialmente perigosos." Refere que estiveram envolvidos em acções violentas contra elementos da claque do Sporting, Juve Leo, um dos quais foi agredido com "socos, pontapés e facadas" e queimado "com uma tocha". Agrediram também "agentes da polícia que sabiam em serviço" e "terceiros que circulavam na via pública e que eram abordados, agredidos e roubados de forma indiscriminada".

Em declarações aos jornalistas, Nuno Areias, advogado de dois dos arguidos condenados a penas mais pesadas, classificou as penas aplicadas aos seus constituintes "muito severas" e anunciou que vai recorrer.

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