Pequim garante que não protegerá ninguém na crise entre as Coreias

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Wen Jiabao na chegada a Seul Lee Jae-Won/Reuters

O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, condenou todos os “actos que destruam a paz e estabilidade da península coreana”, numa reunião com o Presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak.

Em plena crise diplomática entre os regimes de Seul e de Pyongyang, a China vem assim sinalizar uma subtil mudança de atitude na sua tradicional férrea defesa dos norte-coreanos – país de que, de resto, a China resta como última grande aliada no palco internacional. Wen Jiabao, segundo um responsável sul-coreano citado pelas agências noticiosas, terá mesmo garantido que Pequim não dará protecção a ninguém a propósito do naufrágio da corveta militar sul coreana, há dois meses.

Seul responsabiliza directamente a Coreia do Norte por aquele incidente, em que morreram 46 dos 104 marinheiros a bordo do “Cheonan”, e que uma comissão internacional de peritos concluiu ter-se devido ao disparo de um torpedo submarino norte-coreano. Desde então os dois países seguem numa espiral de agressividade retórica e retaliações diplomáticas, fazendo as grandes potências temer que a situação fique fora de controlo e resvale para um conflito armado.

Até à data a China não deu aval expresso às conclusões do inquérito internacional que responsabiliza Pyongyang (conduzido por especialistas da Coreia do Sul, Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e Suécia), mas o ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros prometeu na semana passada à chefe da diplomacia norte-americana, Hillary Clinton, então em visita a Pequim, “trabalhar em conjunto” com os Estados Unidos para encontrar uma solução para esta crise inter-coreana.

Wen Jiabao deu hoje arranque a uma visita de três dias à Coreia do Sul, onde participa numa cimeira sobre segurança na região e daqui se esperam mais sinais sobre que posição a China assumirá no caso do “Cheonan” – e dos conflitos entre as Coreias –, especialmente se for levada ao Conselho de Segurança das Nações Unidas alguma proposta de sanções a Pyongyang, como é pretendido por Seul.

Notícia corrigida às 12h15: peritos sul-coreanos, e não norte-coreanos, integram a investigação internacional.
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