Pam Grier conta a vida toda

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A vida menos pública dela é mais bela (ou perigosamente interessante) do que a do ícone dos nossos dias.

De ícone da "blaxploitation" a diva de Tarantino e actriz de televisão não vai um passo: vai uma vida complicada que Pam Grier define como "provavelmente mais interessante e perigosa do que alguns filmes" que fez. E é a história dessa vida complicada que a actriz americana, hoje com uns (muito bem conservados) 60 anos, revela agora na autobiografia escrita com Andrea Cagan, "Foxy: My Life in Three Acts", acabadinha de sair nos EUA.

Grier é, claro, a "Jackie Brown" do filme homónimo de Quentin Tarantino, depois de ter sido a primeira dama do cinema negro de acção dos anos 1970 em pérolas de época como "Coffy" ou "Foxy Brown" - papéis que, em entrevista ao "New York Times", Grier confessou terem muito mais a ver com a experiência da mulher negra na América dos anos 70 e com a sua própria experiência de vida do que a maior parte das pessoas crê (ou não fosse a actriz uma devota do método de Stanislavski, que pede para "abordar cada papel como se fosse a nossa própria vida").

A vida "em três actos" que a actriz conta no seu livro passa por longos períodos vividos no estrangeiro com a família (o pai era mecânico da Força Aérea), uma violação ainda menina, quando uma tia a deixou sozinha em casa, romances com o basquetebolista Kareem Abdul- Jabbar e o falecido comediante Richard Pryor, e sonhos de casamentos de sonho.

Redescoberta em 1997 por Tarantino, Grier mora hoje num rancho do Colorado com cavalos e cães, acaba de entrar para o elenco fixo de "Smallville", a série que acompanha a adolescência do Super-Homem, e faz parte do elenco de "Larry Crowne", o novo filme dirigido e interpretado por Tom Hanks, ao lado de Julia Roberts, Bryan Cranston (da série "Ruptura Total") e Taraji P. Henson (nomeada para o Oscar por "O Estranho Caso de Benjamin Button").
Nada mau para uma actriz que o fim da "blaxploitation" fazia crer ir desaparecer, hein?

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