Passos avisa: PSD não dá “cheque em branco” para próximo orçamento

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Passos Coelho fala de condições que colocou ao Governo Daniel Rocha

O líder do PSD Pedro Passos Coelho explicou hoje, após reunião com o Governo, a razão pela qual os sociais-democratas decidiram acordar com o Governo um aumento de impostos e uma política de contenção orçamental para recuperar as finanças portuguesas, falando de uma situação de emergência.

O líder do PSD pediu desculpas aos portugueses por dar o dito por não dito quanto ao aumento de impostos, mas deixou um aviso a José Sócrates: o “sim” ao pacote de austeridade não significa um “cheque em branco” ao Governo para o próximo orçamento e muito menos um acordo de governação, apesar do “estado de emergência” em que se encontra o país.

Horas depois do encontro a sós em São Bento para selar o acordo com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho afirmou que as medidas acordadas são “extraordinárias e provisórias” para este ano embora admita que sejam “reavaliadas ou reforçadas” em 2011. O que isso não significa, disse, é que o acordo do PSD ao pacote de austeridade seja uma “carta branca para o Governo fazer o próximo orçamento como quiser”. E muito menos um acordo para “um governo de coligação”

A primeira frase da conferência de imprensa de Passos Coelho, em que surgiu com semblante carregado, foi para um pedido de desculpas. Até por ter dado luz verde a medidas contra as quais se insurgiu. “Peço desculpas, não por que me sinta responsável pelo situação do país, mas por que representam um conjunto de medida duras para os portugueses e o país”.

Apesar de esta “não é a altura de pedir de se apurarem responsabilidades, mas de dar a mão ao país”, o líder laranja estebeleceu as diferenças entre si e o primeiro-ministro, no dia em que o executivo aprovou um aumento generalizado de impostos em Portugal. Pedro Passos na primeira pessoa: “Hoje o primeiro-ministro está responder por mais de cinco anos de responsabilidade na condução do país. Hoje poderão julgar-me pelo facto de ter ajudado o país a superar uma situação de grande dificuldade”.

E já quanto às afirmações de Sócrates – desvalorizando actos simbólicos – Passos Coelho respondeu que são importantes as decisões baseadas em simbolismos quando eles se baseam “em valores”.

Passos Coelho adiantou ainda que o PSD impôs algumas contrapartidas para este acordo, que passam, entre outras, por uma distribuição justa do esforço de contenção, com o Estado a dar o primeiro exemplo e afirmou ainda que o PSD vai propor a criação de uma entidade, na alçada da Assembleia da República, que acompanhe e fiscalize a aplicação das medidas de contenção da administração pública e que seja responsável por relatórios periódicos sobre os níveis de endividamento.

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