Torne-se perito

Alegre processa quem coloca a sua carreira militar em causa

Manuel Alegre publicou ontem no seu site (www.manuelalegre.com) uma cronologia detalhada sobre a forma como cumpriu o serviço militar, com o objectivo de esclarecer dúvidas que têm sido levantadas sobre a matéria. O candidato presidencial diz que não tem nada a esconder, "ao contrário dos cobardes que espalham calúnias a coberto do anonimato", e vai "agir judicialmente" contra os que colocarem em causa a sua carreira militar.

Manuel Alegre revelou ao PÚBLICO que, para já, vai avançar com um processo contra incertos, uma vez que a sua carreira militar tem sido posta em causa de forma anónima em blogues na Internet. "A nota diz tudo e tudo pode ser consultado, e por isso não quero adiantar muito mais. Quem colocar em causa, vai para a cadeia", afirmou.

"Para conhecimento de quem estiver interessado, divulga-se o registo do serviço militar de Manuel Alegre de Melo Duarte, que pode ser confirmado pelas entidades competentes, nomeadamente o Estado-Maior do Exército", refere a nota.

É ainda revelado que o Alegre foi incorporado como cadete, no curso de milicianos, na Escola Prática de Infantaria, em Mafra, em Agosto de 1961. Em Dezembro desse ano, foi colocado no Batalhão de Infantaria 18, em Arrifes, Ponta Delgada, Açores.

Alegre foi mobilizado para Angola em Julho de 1962. Em Luanda, é colocado numa companhia da guarnição normal. Depois, a nota detalha toda actividade de Alegre em Angola, até 17 de Abril de 1963, quando recebeu a primeira ordem de prisão. "No dia seguinte, o comandante da Casa de Reclusão entrega-lhe um documento de passagem à disponibilidade, assinado pelo chefe do Estado-Maior do Exército. Informa-o de que tem de se vestir à civil e que a PIDE o espera", diz a nota.

Foi então preso em Angola, onde cumpriu pena de prisão por seis meses, "sob a acusação de tentativa de golpe militar contra o regime do Estado Novo". Após a libertação, fica com termo de identidade e residência em Luanda. Não é reintegrado no Exército e, em 1963, o chefe do Estado-Maior "ordena o seu regresso a Lisboa, na situação de disponibilidade". Chega a Portugal em Dezembro e a PIDE fixa-lhe termo de identidade e residência em Coimbra. Em Maio de 1964, é avisado de que "corre o risco de ser preso" pela PIDE e refugia-se em casa de amigos em Lisboa. Pouco depois, atravessa a fronteira clandestinamente, perto de Chaves, e parte para o exílio. "Encontrava-se na situação de disponibilidade e com o serviço militar cumprido", é escrito na nota.

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