Sócrates adia investimentos públicos no aeroporto de Lisboa e terceira travessia do Tejo

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Sócrates disse que está a olhar para todos os concursos Miguel Manso

O primeiro-ministro anunciou o adiamento dos investimentos públicos “que ainda não estão adjudicados” como o aeroporto de Lisboa e Terceira Travessia do Tejo, de modo a acelerar a consolidação das finanças públicas.

Graças a este adiamento, o país deverá poder reduzir o défice orçamental português para 7,3 por cento do PIB este ano (contra 9,4 por cento em 2009) em vez dos 8,3 por cento que estão previstos no programa de estabilidade e crescimento, explicou.

O anúncio de José Sócrates foi feito no final de uma cimeira de líderes dos Dezasseis membros da zona euro reunida de emergência para enfrentar a grave crise da dívida que começou na Grécia e está a alastrar por vários outros países, incluindo Portugal, Espanha e Itália, e que põe em risco a sobrevivência do euro.

Todos os países com défices elevados foram forçados a dar passos concretos de aceleração da consolidação orçamental para convencer os mercados financeiros da seriedade com que os respectivos governos estão a atacar o desequilíbrio das contas públicas, esperando com isso dissuadir os ataques especulativos dos últimos dias.

No caso português os adiamentos potenciais visam “todos os investimentos que não foram ainda adjudicados, como é o caso por exemplo da terceira via, como é o caso do aeroporto, para que os possamos lançar num momento em que a estabilização financeira regresse aos mercados e possa haver maiores garantias de financiamento para que essas obras se possam desenvolver”, afirmou o primeiro ministro aos jornalistas.

Em contrapartida, “todas [as obras] que foram já financiadas, e que estão adjudicadas, essas devem continuar”, prosseguiu, frisando: “não seria razoável que o governo lançasse concursos para os quais pode haver dificuldades no seu financiamento. É preciso esperar por boas condições de mercado”.

Apesar disso, Sócrates nega que tenha mudado de opinião. “Não, não mudei de opinião, essas continuam a ser absolutamente indispensáveis à modernização do país. O que acho é que é razoável esperar para que a situação financeira estabilize por forma a poder lançá-las”.

Notícia substituída às 10h25
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