AEP admite pagamento de parte dos subsídios de férias ou de Natal em dívida pública

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José António Barros Pedro Cunha/arquivo

O presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) admitiu hoje o pagamento de parte dos subsídios de férias ou Natal dos portugueses em dívida pública, considerando que contrariaria o “problema nacional” que é o consumo excessivo.

“A situação [do país] é tão grave que os portugueses devem olhar para o que está a acontecer na Grécia e pensar que ou há aqui uma muito rápida mudança ou então não estaremos muito longe de ter as mesmas medidas”, afirmou José António Barros, à margem da apresentação do programa de internacionalização da associação, no Porto.

Recordando que “a suspensão temporária dos subsídios de Natal e de férias já aconteceu em Portugal”, Barros considerou que “faz todo o sentido” a substituição do pagamento em dinheiro de uma parte do subsídio por pagamento em dívida pública.

“Se o país está a ter dificuldades em endividar-se no estrangeiro, porque é que o povo não contribui, comprando dívida pública? Se sabemos que temos um índice de poupança das famílias extremamente reduzido, metade do espanhol, então teremos que ensinar as pessoas a fazê-lo, e a forma mais prática é dizer que vão, obrigatoriamente, receber uma parte do seu subsídio de férias ou Natal em títulos da dívida pública.”

Na opinião de José António Barros, “se for explicado, as pessoas vão entender que ninguém lhes tirou um tostão, porque a dívida pública é dívida soberana, garantida, e ainda por cima têm um rendimento”.

Paralelamente, acrescentou, “vamos estimular a poupança e contrariar um problema nacional grave, que é o consumirmos de mais e vivermos acima das nossas possibilidades”.

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