"High Violet" vai fazer dos National a maior banda do mundo

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O novo álbum dos National sai a 10 de Maio no Reino Unido e um dia depois na América: tem tudo para ser universal

O disco, como de costume com os National, primeiro estranha-se depois entranha-se.

Está quase, quase a chegar aquele que é, "ex-aequo" com o de Flying Lotus, o regresso mais ansiado do ano: "High Violet", o quinto longa-duração dos National - muito possivelmente os deprimidos mais gritadeiros deste nosso bom mundo. Se com "Alligator" o quinteto conquistou uma larga fatia do público indie e com "Boxer" os National começaram a estar por todo o lado, não se admirem se com "High Violet" eles atingirem o patamar com que todas as bandas sonham: servir de banda-sonora em casas de kebab rebarbadas algures no ex-império otomano. Forma de dizer: alcançar a universalidade.

Para já tiveram direito a entrevista grande na "Uncut", o que se pode considerar normal. Inesperada, talvez, é a dimensão da reportagem à volta do lançamento do disco feita no "New York Times": cinco páginas inteiras dedicadas aos moços. O "NY Times" também fez mais um favor aos cada vez mais fãs da banda: disponibilizou o disco gratuitamente durante dois dias (mas não para descarregar, apenas em modo escuta), assim antecipando a série de concertos que os National vão dar para promover o disco - que sai a 10 de Maio no Reino Unido e um dia depois nos EUA.

Os National serão os curadores de um evento envolto em mistério, a decorrer de 11 a 15 de Maio (ou seja, por alturas do lançamento do disco) no número 13E da 4th Street em Manhattan - um espaço desocupado ao lado de uma loja de música chamada Other Music. Ainda não se sabe o que vai por lá acontecer, mas toda a operação demonstra a sageza que estes moços têm, no que toca a fazer a sua música ser ouvida: "High Violet" foi enviado para a imprensa há um mês, alguns dos temas foram rodados ao vido em versões bem mais agressivas das que estão no disco, e, depois de a banda ter aparecido no "Jimmy Fallon Show" a tocar uma estupenda versão de "Terrible Love", tema que abre o disco, fazendo-o explodir por todo o lado, os National trocaram as voltas a toda a gente e optaram por outro single.

"High Violet", como de costume com os National, primeiro estranha-se depois entranha-se. As guitarras de "Alligator" voltam a espaços, mas os arranjos de "Boxer" estão ainda mais ricos. Está tudo tão grandioso que se demora três dias a conseguir gostar de uma canção que seja, três a quatro semanas a apreciar as canções ímpares do disco e pelo menos mês e meio para as pares. Favoritas até agora: "Terrible love", "Anyone's ghost", "Vanderlyle crybaby geeks" e essa magistral canção sobre o medo da paternidade, o medo do governo, o medo de tudo, "Afraid of everyone". Resumindo: melhor banda do mundo.

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