Rapper MC Snake baleado pela PSP em Lisboa não conduzia sob o efeito de álcool e drogas

Foto
Snake morreu baleado pela PSP

A Polícia Judiciária já concluiu a investigação à morte de Nuno Rodrigues e optou por não sugerir uma qualificação penal

O rapper português MC Snake, ou Nuno Rodrigues, não bebeu álcool nem consumiu drogas no dia em que foi perseguido e baleado por um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP), em Lisboa. É pelo menos essa uma das conclusões da autópsia realizada pelo Instituto Nacional de Medicina Legal, cujo relatório foi remetido recentemente à Polícia Judiciária (PJ) e ao Ministério Público.

O PÚBLICO apurou que a Polícia Judiciária já concluiu a investigação ao caso, tendo optado por não sugerir uma qualificação penal, limitando-se a descrever ao pormenor os factos considerados relevantes.

O processo foi remetido a um procurador do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa (DIAP), que coordena o caso desde o início, que terá de decidir se acusa ou não o agente da Polícia de Segurança Pública de homicídio involuntário.

Ontem, o Correio da Manhã dava conta que o inquérito apurou que o rapper não chegou a passar a operação stop da PSP montada junto às Docas de Santo Amaro, tendo invertido a marcha depois de ter avistado a polícia. Esta versão já tinha sido adiantada na altura por alguns meios de comunicação, apesar de outros terem afirmado que Nuno Rodrigues, de 30 anos, tinha passado na operação stop, mas não tinha parado.

O PÚBLICO ouviu ainda outra versão que dava conta que o rapper MC Snake ao ver a operação stop se teria desviado, acabando, contudo, por voltar a passar numa zona próxima da polícia que iniciou a perseguição, que acabou com o disparo fatal.

Confrontado com a primeira possibilidade, o porta-voz da PSP, Paulo Flor, disse desconhecer se tal se passou, mas admitiu essa possibilidade. Enfatizou, contudo, que o condutor desrespeitou o sinal de paragem feito pelos agentes.

Segundo a família, a bala que o matou perfurou a traseira do carro, atravessou dois bancos e atingiu o condutor nas costas. Ontem o PÚBLICO tentou saber, sem sucesso, em que ponto estava o inquérito que corre na Inspecção-Geral da Administração Interna.

O agente da PSP encontra-se no Porto desde a altura em que atingiu o rapper MC Snake. Ontem, contactados pelo PÚBLICO, o advogado de defesa do agente da PSP, Santos Oliveira, recusou prestar qualquer declaração sobre o caso, argumentando que o mesmo se encontra em segredo de justiça. Adiantou, no entanto, que mantém contactos regulares com o polícia.

Sugerir correcção