Avanço do mar ameaça praia do Furadouro e zona florestal de São Pedro de Maceda

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A praia do Furadouro é a mais procurada do litoral de Ovar Carla carvalho tomás

Marés vivas e ventos contínuos têm provocado a erosão do litoral do concelho de Ovar. A autarquia reclama uma plano de intervenção na praia do Furadouro

A Câmara de Ovar pediu uma reunião de trabalho com a ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, para abordar o avanço do mar na praia do Furadouro, bem como outras questões relativas à erosão no litoral vareiro. O Atlântico não pára de subir e a areia de desaparecer na zona balnear do Furadouro.

Mas esta não é a única preocupação. A autarquia está apreensiva igualmente com a perda de floresta na área da praia de São Pedro de Maceda, não muito distante da base aérea da NATO e de uma lixeira já selada. Também aí o mar não dá descanso à areia e à intensa mancha verde, como se se alimentasse de uma vegetação que continua desprotegida.

"É preciso começar a pensar seriamente nesta situação a curto prazo", alerta o vereador que tutela a Protecção Civil, José Américo. O responsável refere que é necessário "definir, de forma integrada e consistente, um plano de intervenção na praia do Furadouro". E delinear uma forma de prevenir a conquista do mar em espaços menos frequentados, mais selvagens e sem aglomerados urbanos, como na praia de Maceda.

O mar continua a provocar estragos no Furadouro. A situação já obrigou à retirada dos miradouros à beira-mar e a uma intervenção urgente da Administração da Região Hidrográfica do Centro (ARHC) no final do mês de Março. Este organismo voltou assim ao mesmo local onde semanas antes tinha procedido à colocação de pedras, retiradas de um antigo esporão, junto ao muro que separa a praia da marginal.

"As marés vivas com os ventos contínuos, sobretudo de sudoeste, provocaram uma erosão grave na praia do Furadouro", descreve José Américo. O alerta foi dado de imediato depois de mais uma subida do mar até ao muro da avenida. "Se não houvesse defesa na zona frontal, na frente urbana, colocar-se-iam em risco as infra-estruturas de água, luz e gás". A ARHC protegeu a área, mas a autarquia ovarense continua a defender que a costa vareira, uma das mais afectadas pela erosão em todo o país, precisa de atenções redobradas. Em Abril e Maio, há mais marés vivas na agenda marítima. "O que estão a fazer são medidas de carácter urgente, e ainda bem que se efectuaram as defesas na costa, mas é necessário uma intervenção integrada e duradoura", reforça o vereador.

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