Investigação ao Climategate revelou não haver práticas científicas erradas

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Os emails foram publicados antes em Novembro antes da Conferência sobre Alterações Climáticas em Copenhaga

A segunda de três investigações independentes para averiguar o caso Climategate revelou que não houve nenhuma prática errada deliberada por parte dos cientistas da Unidade de Investigação Climática da Universidade inglesa de East Anglia.

O painel foi liderado por Lorde Oxburgh, antigo representante do comité da ciência e tecnologia da Casa dos Lordes, a pedido da Universidade inglesa de East Anglia, onde a unidade pertence.

As investigações decorreram depois da publicação em Novembro de milhares de emails dos cientistas da unidade sem que estes tivessem conhecimento. Os críticos disseram que os emails eram a prova de que os cientistas tinham manipulado dados estatísticos para provar a existência das alterações climáticas.

“O que quer que esteja escrito nos emails, a ciência básica [da unidade] parece ter sido feita de uma forma justa e correcta”, disse o Oxburgh.

“Não encontrámos nenhuma prova que mostre más práticas deliberadas no trabalho científico da Unidade de Investigação Climática. Encontrámos antes um pequeno grupo de investigadores dedicados e um pouco desorganizados que estavam mal preparados para serem o centro das atenções do público”, vinha escrito no relatório. “Como em muitos grupos pequenos de investigação, os procedimentos internos eram bastante informais.”

No entanto, o painel criticou a forma como foi feita a estatística, indicando que nem sempre foram utilizadas as melhores técnicas. Sugere, por isso, a colaboração com estatísticos, como acontece em muitos laboratórios. “Não podemos deixar de achar surpreendente que uma área de investigação que depende tanto de métodos estatísticos não foi conduzida com a colaboração próxima de profissionais da área”, concluiu o relatório.

A universidade defendeu-se explicando que os investigadores, quando trabalham tão próximo de uma área, acabam por desenvolver as capacidades estatísticas que necessitam para o trabalho que fazem. No entanto, alegam que no futuro vão procurar uma colaboração mais estreita com os profissionais de estatística.

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