António Vitorino: posição do PS sobre candidatura de Alegre “não deve demorar”

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Vitoino lembra que já tinha advertido para a necessidade de uma posição sobre as presidenciais Nuno Ferreira Santos

O dirigente socialista António Vitorino admitiu hoje que uma posição do PS relativamente à candidatura presidencial de Manuel Alegre “não deverá demorar”, “seja ela de apoio ou outra”.

“Há vários meses tinha dito que não deverá demorar uma tomada de posição [sobre a candidatura de Alegre], seja ela de apoio ou outra. Não é só essa que pode estar em cima da mesa”, disse, em declarações aos jornalistas em Macau à margem de uma conferência que conduziu sobre a Europa.

Na ocasião, António Vitorino disse ainda esperar que a nova liderança do PSD possa criar uma base de diálogo com o Governo na adopção de medidas de combate ao desemprego e pobreza.

“Espero que a nova liderança do PSD permita criar uma base de diálogo para que o Governo possa ter no PSD um interlocutor válido para que as melhores ideias em relação à luta contra o desemprego e pobreza possam fazer o seu caminho”, defendeu.

O dirigente socialista sublinhou a necessidade de se desenvolverem políticas sociais pró-activas, mas realça que “razões de ordem política, do combate político” têm dificultado um consenso sobre as mesmas.

“Portugal é um país onde existe um consenso sobre a necessidade de se desenvolverem políticas sociais pró-activas, mas o que se verificou até aqui foi que, por razões de ordem política, do combate político, o consenso sobre essas políticas sociais nem sempre foi fácil”, observou.

O combate ao desemprego estrutural, que atinge já os 10,5 por cento, e a luta contra a pobreza são, para António Vitorino, os problemas que exigem políticas sociais mais prementes.

“O desemprego estrutural é o grande flagelo da sociedade portuguesa e Portugal ainda é um país onde há muitas desigualdades sociais, que exigem políticas que, designadamente, dêem uma atenção especial às camadas mais pobres”, sustentou.

Questionado sobre se considera oportuna a ideia defendida domingo pelo novo líder do PSD, Pedro Passos Coelho, de desencadear este ano um processo de revisão constitucional, António Vitorino escusou-se a tecer comentários ao salientar que não conhece a proposta uma vez que foi apresentada quando já estava a voar para Macau.

O presidente do PSD anunciou no domingo que vai desencadear rapidamente um processo de revisão constitucional para que a Constituição da República possa ser revista antes das eleições presidenciais do início do próximo ano.

No discurso de cerca de uma hora que encerrou o XXXIII Congresso do PSD, em Carcavelos, Passos Coelho apontou a liberdade de escolha dos portugueses na saúde e na educação e a alteração do sistema eleitoral como alguns dos objectivos da revisão constitucional que pretende desencadear.

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