Movimento pelos jardins do Palácio não desistiu de referendar o centro de congressos

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Movimento alega que já existem espaços para congressos na região paulo pimenta

Cinco mil assinaturas devem ser entregues este mês, apesar das alterações introduzidas no projecto de remodelação do Pavilhão Rosa Mota

O Movimento de Defesa dos Jardins do Palácio de Cristal, no Porto, insiste na necessidade de referendar o projecto para a transformação do Pavilhão Rosa Mota num centro de congressos, apesar das alterações que o PÚBLICO anunciou na semana passada. Os responsáveis pelo movimento recordam que reuniram já 4800 das cinco mil assinaturas necessárias e que a pergunta proposta não resulta da localização de um dos novos edifícios a construir junto ao lago, mas antes da necessidade de proteger o jardim da sua destruição.

"O que nós queremos perguntar aos portuenses é se concordam com a construção de um centro de congressos nos jardins do Palácio de Cristal, questão que se mantém, apesar da eventual mudança do projecto", explicou ontem, em conferência de imprensa, Soares da Luz, um dos responsáveis pelo movimento. Considerando "positiva" a mudança no projecto, Luz defende que se aproveite esta nova oportunidade para debater o projecto com a cidade.

Recorde-se que o arquitecto responsável pela modernização do Pavilhão Rosa Mota entregou na semana passada uma nova versão do projecto, a qual transfere uma das construções previstas para uma zona considerada menos sensível. A Câmara do Porto, questionada pelo PÚBLICO há uma semana, não prestou ainda qualquer esclarecimento sobre o assunto.

Os responsáveis pelo movimento opõem-se a qualquer projecto para criar um centro de congressos no emblemático jardim portuense, considerando que a sua integridade será inevitavelmente prejudicada. Artur Duarte criticou mesmo o desperdício que constitui estar a construir um centro de congressos quando existe um a trinta quilómetros, na Feira, que está subaproveitado, enquanto Graça Luciana recordou que faz pouco sentido construir uma sala de conferência para 1200 pessoas nos jardins do Palácio de Cristal quando, a quatrocentos metros de distância, existe uma com a mesma capacidade no centro do congressos da Alfândega.

Para além do pedido de referendo, que terá que ser aprovado pela Assembleia Municipal do Porto, o Movimento de Defesa dos Jardins do Palácio de Cristal tem ainda a correr uma acção popular contra o projecto, alegando que as construções previstas violam o Plano Director Municipal.

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