Interferência do FC Porto retira André Villas-Boas da rota do Sporting

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Villas-Boas não vai trocar a Académica pelo Sporting Adriano Miranda (arquivo)

Terminou mais uma vez sem casamento o namoro entre o Sporting e André Villas-Boas. Tal como aconteceu em Novembro do ano passado, quando o treinador da Académica esteve perto de suceder a Paulo Bento, recuando no último momento, o ex-adjunto de José Mourinho voltou agora a fintar o clube de Alvalade. Desta vez, terá sido a interferência do FC Porto a motivar a sua decisão, mas a própria SAD leonina foi perdendo o interesse na sua aquisição, tanto pelos avanços e recuos do jovem treinador nas negociações, como pelos resultados menos conseguidos da equipa de Coimbra nos últimos jogos. Ontem, o Sporting confirmou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que não será Villas-Boas o próximo dono do banco leonino.

Depois de Villas-Boas ter qualificado, na semana passada, de "palhaçada" as notícias que o davam como certo em Alvalade no final desta temporada, definharam definitivamente as esperanças dos "leões" na sua contratação. Mas os resultados menos conseguidos da Académica nos últimos sete jogos também ajudaram a refrear os ânimos leoninos. Para trás ficava um pré-acordo entre as duas partes, alcançado ainda em Março deste ano, ainda antes da chegada de Costinha para assumir a direcção de futebol.

Nestas últimas semanas, o fim do sonho do pentacampeonato do FC Porto, que terá precipitado o fim da era Jesualdo Ferreira, veio ajudar a alterar o rumo dos acontecimentos. André Villas-Boas surgiu aos olhos do "dragões" como uma alternativa de futuro, para além de ser um homem que conhece bem a casa, onde trabalhou dois anos com José Mourinho. Resta agora saber se uma possível contratação seria possível já no final desta temporada ou ficará um acordo estabelecido para a época seguinte. Uma situação que já ocorreu com Jesualdo Ferreira e Jorge Jesus (que acabou por optar pelo Benfica).

Desejado desde a presidência de Filipe Soares Franco, quando foi sondado para a hipótese de vir a substituir Paulo Bento, caso o treinador optasse por não continuar após as eleições de Junho do ano passado, os caminhos do Sporting e Villas-Boas teimam em não se juntar. Após a saída de Bento, José Eduardo Bettencourt recuperou a ideia do seu antecessor e iniciou contactos com o treinador, que entretanto fora contratado pela Académica. Em Novembro de 2009, o jovem técnico admitiu os contactos, solicitando aos dirigentes da equipa de Coimbra para ouvirem as propostas dos "leões".

Face às exigências financeiras da Académica (aproximadamente um milhão de euros) e ao aparente súbito desinteresse de Villas-Boas (deixou de atender os telefonemas de Sá Pinto, que ocupava então o cargo de director para o futebol e estabeleceu os con- tactos em nome do Sporting), o clube lisboeta acabou por recuar e avançar para a contratação de Carlos Carvalhal. Um treinador que acabou por viver sob o espectro do técnico da "Briosa" durante a sua curta passagem pelos "leões".

Paulo Sérgio e Domingos Paciência na calha

Encerrado o dossier André Villas-Boas e com a presente temporada a chegar ao fim, o Sporting procura outras soluções para a sucessão de Carlos Carvalhal.

O técnico que rendeu Paulo Bento em Novembro do ano passado termina contrato no final desta temporada, tendo a SAD já comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que não pretende exercer o direito de opção por mais uma temporada.

Um treinador estrangeiro, de preferência francófono, Paulo Sérgio, actual treinador do Vitória de Guimarães, e Domingos Paciência, técnico do Sporting de Braga, voltam a ser os candidatos preferidos, tal como aconteceu logo após a saída de Paulo Bento de Alvalade. Fundamental para o Sporting é resolver o "assunto treinador" com alguma urgência, até porque pretende preparar com todo o cuidado a nova temporada, onde a ambição dos dirigentes passará pela disputa do título nacional ou, pelo menos, lutar por esse objectivo até ao fim do campeonato.

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