Real salvou um match-point e decidiu o derby em 13 minutos para voltar ao topo da Liga

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Higuáin não perdoa... e está só a dois golos do super-Messi Foto: Juan Medina/Reuters

Em Espanha, só se falou do duelo entre Cristiano Ronaldo e Kun Aguero, as duas maiores estrelas do Real e do Atlético. E quando, daqui a duas semanas, o Barcelona for a Madrid disputar o clássico que (muito provavelmente) irá decidir o título da Liga espanhola, o nome do português subirá ao ringue das comparações com Lionel Messi. Na sombra está, no entanto, um outro nome, não tão pomposo nem mediático e que passa quase despercebido, mas é tão influente no jogo dos madridistas como no campeonato: Gonzalo Higuaín.

O argentino foi decisivo no derby de ontem, no Bernabéu (marcou o terceiro golo do triunfo por 3-2 sobre os colchoneros), leva 23 golos, mais seis que Ronaldo, e está a dois de Messi, o pichichi (nome que em Espanha dão ao melhor marcador). E Higuaín ameaça levar os louros todos no final da temporada.

Há 30 anos, o antigo guarda-redes Rubén Cousillas foi companheiro de equipa de Jorge Pipa Higuaín no San Lorenzo. Hoje, Cousillas é adjunto de Pellegrini no Real e treina todos os dias Gonzalo, aliás Pipita, filho do seu ex-companheiro. Aos 22 anos, assistiu à chegada no Verão de Ronaldo, Kaká e Benzema e esperou paciente pela queda de Raúl. Só que ganhou o lugar na equipa e ameaça o trono de Messi. Ontem, a noite voltou a ser dele.

37 pontos de diferença

No derby mais desnivelado dos últimos anos - foi o jogo com a maior diferença de pontos (34 antes do jogo) desde que a vitória vale três pontos -, o Atlético levou ao Bernabéu a sua melhor arma: a ameaça de repetir a façanha do último ano. Há dez que os colchoneros não vencem no estádio do rival (Radomir Antic, o último treinador dos rojiblancos, estava na bancada), mas na última temporada, graças a um empate, acabaram com a série de dez vitórias do Real de Juande Ramos, o mesmo bloco de triunfos com que a formação de Manuel Pellegrini chegou agora à jornada 29.

Com a vitória na véspera do Barcelona, os merengues não podiam vacilar. O Atlético, que não vence nas últimas cinco saídas do Calderón (somou a sexta) marcou primeiro e deixou o aviso. O ex-benfiquista Reyes fez um belo golo, após assistência perfeita de Aguero. Na partida que contou com três portugueses, todos do lote de Queiroz para o Mundial - Ronaldo, Tiago e Simão -, foram os espanhóis Xabi Alonso (fez o golo do empate) e Arbeloa (apontou o 2-1) e o argentino Higuáin a brilhar. Tudo em 13 minutos (49", 55" e 62"). Forlán reduziu de penálti, mas foi insuficiente para a equipa de Quique ameaçar o rival.

Em Dezembro, foi dado como transferível e só rompeu com a condição de suplente a partir da nona jornada. É preciso recuar aos tempos de Hugo Sánchez, Puskas e Di Stéfano para encontrar os números goleadores de Higuáin, ele que já se sente o jogador mais importante do Real. "Mais importante que Ronaldo", diz Cousillas.

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