Relógios vão ser adiantados na próxima madrugada
Rui Agostinho, director do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), explicou que a hora de Verão passou a ser decidida a nível da União Europeia, ao contrário do horário de Inverno, que continua na competência de cada Estado.
Para definir o melhor horário e para que se cumpra a sequência do dia e da noite - porque a “actividade humana está extremamente dependente desse ciclo” - existe um órgão consultivo do Governo: a Comissão Permanente da Hora. Esta instituição é liderada pelo OAL e a sua última reunião foi há dois anos para dar o parecer sobre se a hora de Verão deveria continuar a vigorar.
Apesar de aos negócios e a quem investe nas bolsas internacionais desse mais jeito regressar à hora +1, Rui Agostinho diz que “para já” não têm existido pressões para essa redefinição, que, segundo vários relatórios, teve mais impactos negativos. “Na prática as pessoas vão atrás da luz solar”, resumiu.
O mesmo responsável sublinhou que o sismo que assolou o Chile em Fevereiro deixou inalterada a hora porque a rotação do planeta não foi afectada de “maneira mensurável”, como tinha sido avançado pela NASA através de modelos teóricos.
A ocorrer mudanças, serão apenas notadas dentro de “algumas dezenas de anos” com a acumulação de dados comprováveis que ultrapassem a taxa de erro. No entanto, o presidente do OAL sublinhou que em Ciência é “tão importante provar que se acertou, como que não se acertou”, já que apenas assim se percebe se os modelos estão correctos.