Orquestra Nacional do Porto passa a chamar-se Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música

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A mudança de nome deve-se à aposta no valor da marca Casa da Música Paulo Pimenta

A aposta no valor da marca Casa da Música e as “claras vantagens” que ela trará para a internacionalização crescente da instituição são as razões invocadas pela administração para decidir alterar a actual designação Orquestra Nacional do Porto (ONP) para Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música.

O novo nome passará a valer a partir do concerto que a orquestra irá apresentar, no próximo dia 4 de Setembro, no prestigiado Konzerthaus de Viena, em que interpretará obras de Mahler, Wolfgang Mitterer e do jovem compositor português Daniel Moreira.

O anúncio desta alteração, feito hoje no final do Conselho de Fundadores, é ainda justificado pela valorização decorrente do “prestígio e qualidade artística que cada um dos agrupamentos residentes tem vindo a conquistar”, segundo o comunicado distribuído. Assim, todas as formações da instituição passarão a incluir Casa da Música no nome, o que, até agora, só não acontecia com a ONP e o Remix Ensemble, que passarão a ter o mesmo denominador comum da Orquestra Barroca e do Coro.

A alteração do nome teve em conta as opiniões da ministra da Cultura e do presidente da Câmara do Porto, além dos músicos da orquestra, que manifestaram à ideia “um apoio maioritário”, disse esta tarde o director artístico, António Jorge Pacheco, ao fazer a apresentação do programa para evocar o 5º aniversário de inauguração do edifício de Rem Koolhaas, que decorrerá entre 1 e 14 de Abril (recorde-se que este foi o dia da inauguração oficial da Casa da Música em 2005, com a actuação de Lou Reed, a anteceder o Concerto de Gala da ONP).

No próximo dia 9 de Abril, a ainda ONP fará o concerto de aniversário, com a interpretação da Sinfonia nº 5 de Tchaikovsky e a estreia mundial da peça de António Chagas Rosa, “...aquilo que voa”, uma das 123 encomendas que a Casa da Música, ao longo da década que tem de existência como instituição, já fez a 73 compositores (32 portugueses e 41 estrangeiros). No dia 1 4, o Remix Ensemble, dirigido por Emilio Pomàrico, tocará obras de Emmanuel Nunes e Igor Silva (mais uma estreia mundial, “Terminus”, para viola solo e electrónica), ao lado de “Noite transfigurada”, de Schönberg, e peças de outros compositores vienenses, Ferrucio Busoni e Friedrich Cerha – também a celebrar o Ano Áustria.

No programa, realce ainda para o recital de um pianista consagrado e “de grande minúcia polifónica”, o russo Arcadi Volodos (dia 10), que tocará Mompou, Albeniz, Liszt e Schumann. E para o regresso de duas grandes senhoras do jazz mundial: Dee Dee Bridgewater, que cantará Billie Holiday (dia 6) e de Carla Bley (dia 11), ambas acompanhadas pela Orquestra de Jazz de Matosinhos – recorde-se que foi com esta formação que a pianista e compositora norte-americana realizou um concerto inesquecível em 2003, com o edifício de Koolhaas ainda em construção, no Festival em Obra Aberta.

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