Domingos Névoa diz que Ricardo Sá Fernandes se “acha acima da lei”
Em comunicado, o administrador da Bragaparques lamenta que Sá Fernandes entenda que “a moralidade e a honorabilidade são atributos que só ele possui” e lembra que “também está a ser julgado e condenado pelos seus pares”.
“O dr. Ricardo Sá Fernandes foi hoje condenado a 150 dias de multa pelo Tribunal de Braga, mas também enfrenta um processo disciplinar da própria Ordem dos Advogados, relativamente à traição a que fui sujeito por esse advogado”, afirma, aludindo a uma recente acusação da Ordem que impende sobre o advogado por violação dos deveres profissionais ao aceitar ser agente encoberto contra Névoa.
O gestor diz que, “felizmente estamos num estado de direito onde as sentenças são proferidas pelos juízes e não pelos interessados, mesmo que para tal Ricardo Sá Fernandes tente, sistematicamente, condicionar as decisões dos tribunais”. “Não sei se é por estarmos no período da Quaresma, mas a imagem que associo ao dr. Ricardo Sá Fernandes, é a de Judas”, afirma.
Domingos Névoa diz que, “quanto à sentença propriamente dita”, o seu único comentário” é de que a indemnização que vier a receber será para ser oferecida a uma instituição de apoio aos sem-abrigo da cidade de Lisboa, para o seu jantar de Natal”.
O empresário responde assim a declarações de Sá Fernandes à Lusa, nas quais o advogado diz que a sentença que o condenou por difamação “desonra” o magistrado que a proferiu e o procurador que deduziu acusação.
O advogado considerou que a decisão do Tribunal de Braga é reveladora de uma mentalidade maioritária na sociedade portuguesa, “complacente com a corrupção”, e mantém o que disse sobre Domingos Névoa. “Esta sentença não me desonra, pelo contrário, tenho orgulho em tudo o que fiz e, nessa medida, também em ser objecto desta sentença. Esta sentença só desonra o magistrado que a proferiu, como desonra o procurador da República que deduziu acusação”, defendeu o advogado.
Sá Fernandes foi condenado a pagar dez mil euros de indemnização ao empresário Domingos Névoa por difamação agravada, ficando obrigado a pagar ainda uma multa de 3000 euros.
Em causa estão declarações feitas pelo advogado ao semanário Sol em Janeiro de 2007, apelidando o empresário, que foi condenado por corrupção há cerca de um ano, de “corruptor e vigarista”.