Walter Veltroni, presidente da Câmara de Roma entre 2001 e 2008 e ex-líder do Partido Democrático, publicou esta semana no diário italiano "Corriere Della Sera" uma carta aberta ao ministro da Justiça do governo de Berlusconi, Angelino Alfano, pedindo-lhe que dê "um impulso" para a reabertura das investigações do homicídio de Pier Paolo Pasolini.
Veltroni, um influente político de centro-esquerda, recorda os muitos indícios que apontam para a possibilidade de o assassino confesso do escritor e cineasta, Giuseppe Pelosi, não ter agido sozinho, e argumenta que a ciência forense dispõe hoje de recursos que não existiam em 1975, como a identificação do ADN, que podem ser utilizados nas roupas que Pasolini vestia quando foi morto e noutras provas que as autoridades conservam.
O apelo de Veltroni vem juntar-se ao de muitas outras personalidades italianas que, nos ultimos anos, vêm pedindo que se reabra o processo do homicídio do escritor. Na sentença que condenou Pelosi, então com 17 anos, a nove anos e meio de prisão, o juiz não considerou definitivamente provado que este agira sozinho. Em 2005, Pelosi alterou o seu testemunho - afirmando que fora coagido a prestar o seu depoimento original - e denunciou três mandantes e cúmplices do crime, que não foi capaz de identificar.