Dois moradores do Bairro de Francos conseguiram irritar Rui Rio, no período dedicado às intervenções do público, da reunião do executivo. Os dois queixaram-se do aumento das rendas decorrentes das obras realizadas no bairro e que consideram terem sido mal feitas. Rio não gostou do tom e despediu-os com a frase: "Os senhores têm razão numa parte do que dizem, mas, pela forma como falaram, e por algumas mentiras que disseram, não vão ter uma resposta."

Fernando Costa e Fátima Ribeiro leram, à vez, declarações nas quais contestavam o aumento de renda posterior às obras no bairro. Ao longo das exposições, referiram que a câmara agira "de má-fé, porque nas reuniões com os moradores nada foi falado sobre rendas"; que "o prédio ficou pior"; que o aumento de renda era "repugnante"; que não se justificava a passagem do bairro do grupo I (considerado o pior) para o grupo II da classificação da autarquia porque "a requalificação das obras de fachada destruiu as casas por dentro"; e que "o material usado nas obras foi do mais fraco que pode existir".

Ambos saíram depois da Rio anunciar a decisão de não responder. Rui Sá questionou a atitude do presidente, dizendo não a compreender. Ainda visivelmente irritado, Rio afirmou que os munícipes tinham ido à reunião "criticar de forma mentirosa" e que não admitia o tom de "comício político". Ainda assim, o presidente confirmou o problema com as obras. "Nada me aborrece mais do que ter consciência que estas coisas existem", disse. Sá questionou se não seria mais legítimo que o aumento de rendas se processasse após a correcção de obras mal executadas. Rio não respondeu.